Com informações da www.atribuna.com.br e Portos do Paraná
O acidente no Canal de Suez com o meganavio Ever Given, que bloqueou o tráfego marítimo no Egito por seis dias, resolvido nessa semana, chamou a atenção das gestões portuárias no mundo, que buscam, a cada ano, aumentar a capacidade de descarga nos portos.
Mesmo distante e com peculiaridades de logística, comercialização e operação diferentes do que é realizada no país, a diferença de tamanho do meganavio é de 34 metros para atracação no porto de Santos e de apenas 32 metros no de Paranaguá.
Enquanto no porto santista, a Marinha do Brasil autorizou o tráfego de navio de até 366 metros, o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), o maior do Paraná, com seus 1.099 metros de cais, tem autorização para operar navios New Panamax (de 368m x 52m). É o primeiro terminal do Brasil com essa permissão.
Pode ainda operar, simultaneamente, dois navios de 366 metros de comprimento, o de comprimento máximo no porto de Santos.
Apesar de o problema no Canal de Suez ainda estar sob investigação, já se considera o fato de no alto dos seus 400 metros de cumprimento e 220 mil toneladas, o porta-contêineres trafegou sem rebocadores e numa condição climática adversa.
Algo que não ocorre no Canal da Galheta, em Paranaguá, que contam com o suporte dos rebocadores, para entrar e sair.
De acordo com a empresa pública, Portos do Paraná, a cidade está na rota dos navios de grande capacidade na América Latina e, até o final de 2020, o TCP recebeu cinco embarcações com capacidade para carregar quase 12 mil unidades, oito a menos do máximo que o Ever Given pode transportar.
“O Paraná reforça a posição como hub logístico e conta com infraestrutura de ponta para atender a demanda mundial, por navios de grande porte. Isso só é possível graças aos investimentos, públicos e privados, em obras de dragagem, expansão de cais e equipamentos”, destaca o diretor-presidente da empresa pública que administra os portos no Estado, disse o Diretor Presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Navio de 330 metros em 2020
Em outubro do ano passado, pela primeira vez, o porto Dm Pedro II recebeu o navio Kota Pusaka, uma embarcação de bandeira japonesa, com 330 metros de comprimento e 48,2 metros de largura, com capacidade para carregar 11.923 contêineres.
Na época, o diretor de Operações do porto, Luiz Teixeira da Silva Júnior, ressaltou que os navios com maior capacidade de transporte necessitam de infraestrutura e eficiência operacional, além de maior demanda e carga.
“A tendência da vinda dos navios maiores faz com que mais exportadores e importadores procurem o porto para movimentar seus contêineres”, explicou.
Além dele, outros navios operaram na cidade, com a mesma capacidade de carga, foram Kota Pemimpin, Seaspan Harrier, Seaspan Osprey, Paranagua Express, e Montevideo Express.
Em 2020, os maiores navios foram recebidos em junho: o MOL Beauty e MOL Beacon, ambos com 336,9 metros de comprimento e 48,3 metros de largura e capacidade para até 10 mil TEUs.
Por sua vez, o maior navio de contêineres a atracar no porto de Paranaguá foi Hyundai Loyalty, em maio de 2018. O navio tem 339,62 metros de comprimento e 45,6 metros de largura.