Fundador do Grupo Fertipar, Alceu Feldmann, conta a sua relação com Paranaguá


Por Thais Skodowski Publicado 03/11/2024 às 21h24


Alceu Fertipar
Em entrevista exclusiva ao JB Litoral, o fundador do Grupo Fertipar, Alceu Feldmann, compartilha sua história com a cidade portuária onde tudo começou. “Eu tenho uma grande dívida com Paranaguá”, disse o empresário, que hoje gera mais de 1.200 empregos na região.

Nascido na pequena Pouso Redondo, Santa Catarina, em 1949, Alceu Elias Feldmann começou sua vida profissional como vendedor de fertilizantes e hoje é um dos homens mais ricos do Brasil.

“Eu tenho uma grande dívida com Paranaguá”, disse Alceu Elias Feldmann, 75 anos, fundador do Grupo Fertipar, em entrevista exclusiva ao JB Litoral, durante o Simpósio Sindiadubos Paraná, realizado em outubro, em Curitiba.

O empresário – que em 2019 entrou na lista da Forbes dos maiores bilionários do mundo (17ª posição na lista, com um patrimônio estimado em 2022 de US$ 2,5 bilhões) – começou a carreira de sucesso na cidade portuária paranaense. Em 1980, após trabalhar dez anos como vendedor de fertilizantes, Feldmann alugou um pequeno armazém de café em Paranaguá, onde criou a Fertipar. Mais de quatro décadas depois, o negócio cresceu e faz parte de um grupo com 12 empresas espalhadas pelo Brasil.

Somente em Paranaguá são mais de 1.200 colaboradores. “Escolhi Paranaguá primeiro pela logística. Há 15 anos, o porto de Paranaguá representava 45% de todo fertilizante importado pelo país”, explica o empresário.

Atualmente, o porto paranaense permanece como o maior importador de fertilizantes, mas com uma leve redução de volume, representando 27% de todo o Brasil. “Fiz o negócio na hora certa, já que a agricultura brasileira estava em expansão naquele momento”, complementa o empresário.

Formado em Engenharia Agronômica pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), foi no Rio Grande do Sul que Feldmann entendeu a importância de estar perto do produtor rural para a eficiência do projeto, já que ali ele percebeu que toda a matéria-prima da indústria de fertilizantes era importada. “Temos 21 unidades. Estamos em quase todos os estados, próximo a todos os portos”, explica.

Além disso, o empresário ainda é sócio da Fospar e vice-presidente do Sindiadubos.

Temos o privilégio de trazer dois deputados paranaenses para falar como a questão dos fertilizantes é tratada pela frente parlamentar da agropecuária. O Tião Medeiros [deputado federal pelo PP-PR], que foi chefe de gabinete da Appa, está aqui, então, vai além de reunir os fornecedores internacionais com os compradores brasileiros para um escopo muito maior”, declara, com a empolgação de quem domina o assunto, durante o simpósio.    

Futuro em Paranaguá

E quando fala da importância de Paranaguá na própria trajetória, Feldmann se mostra ciente e conta o que tem feito pela cidade. “Nós temos outra empresa chamada Terin (terminais marítimos). Nós investimos R$ 400 milhões em Paranaguá. Conseguimos o direito de passagem, então nós vamos ligar três berços que são dedicados aos fertilizantes com esteira e eles vão entrar direto na nossa empresa. O que isso significa? Vai tirar o caminhão da rua e melhorar o trânsito da cidade”, explica.

Porto de Paranaguá: maior importador de fertilizantes

Não à toa Paranaguá tem um empresário de tanto sucesso na cidade. De acordo com a Portos do Paraná, os portos de Paranaguá e Antonina são a principal porta de entrada de fertilizantes no país, respondendo por 27% de todo adubo que chega ao Brasil. Atualmente, a capacidade estática de armazenagem passa de três milhões de toneladas de fertilizantes. No porto de Paranaguá, o produto pode ser descarregado em três berços que são preferenciais no cais público (comercial) ou em qualquer outro berço que esteja livre. Além disso, há dois berços que atendem o setor no píer privado (Fospar) e outros dois em Antonina.

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