Portos do Paraná apresenta projetos ao Ministério da Agricultura e cobra investimentos em infraestrutura e logística


Por Brayan Valêncio
Luiz Fernando Garcia falou sobre o fim das filas e o crescimento estrutural do porto de Paranaguá, mesmo com pouca margem para ampliação ao leste e ao oeste (Foto: Divulgação/Portos do Paraná)

Luiz Fernando Garcia falou sobre o fim das filas e o crescimento estrutural do porto de Paranaguá, mesmo com pouca margem para ampliação ao leste e ao oeste (Foto: Divulgação/Portos do Paraná)

Com informações da Portos do Paraná

1/3 Luiz Fernando Garcia falou sobre o fim das filas e o crescimento estrutural do porto de Paranaguá, mesmo com pouca margem para ampliação ao leste e ao oeste (Foto: Divulgação/Portos do Paraná)
2/3 Encontro ocorreu em Brasília e reuniu autoridades nacionais em mesa que discutiu crescimento acima do esperado dos dois portos paranaenses (Foto: Divulgação/Portos do Paraná)
3/3 A partir de 1º de agosto, haverá mudanças mais rigorosas para infratores nos portos do Paraná. A empresa ajustou os limites de álcool permitidos nos testes de bafômetro na área portuária. Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

A Portos do Paraná se reuniu com integrantes do Ministério da Agricultura e Pecuária do Governo Federal para apresentar seus resultados recordes no escoamento da produção agrícola. A reunião ocorreu na Câmara Temática de Infraestrutura e Logística da pasta chefiada por Carlos Fávaro, no dia 24 de julho.

Durante o encontro, o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, discutiu os desafios logísticos que o estado enfrentará nos próximos anos e detalhou projetos em andamento para melhorar a eficiência dos portos. Entre os bons índices apresentados está o resultado dos primeiros seis meses de 2024, em que os portos de Paranaguá e Antonina movimentaram 33 milhões de toneladas, um recorde histórico para o período, com destaque para produtos agrícolas como fertilizantes, soja e açúcar.

O diretor-presidente também citou que os bons resultados foram alcançados apesar das limitações geográficas que impedem a expansão do porto de Paranaguá para leste e oeste. Para contornar essas dificuldades, a autoridade portuária tem desenvolvido estratégias disruptivas, incluindo a expansão offshore com a utilização de píeres avançados.

Outra estratégia importante para a Portos do Paraná e que foi levada às autoridades federais é a integração dos diferentes modais de transporte. Atualmente, a rede ferroviária atende apenas uma pequena parte da carga que chega e sai de Paranaguá. Garcia destacou a necessidade de aumentar o volume de cargas transportadas por ferrovia para reduzir a dependência dos caminhões e preparar os portos para as mudanças nos acessos, aumento de volume e incorporação de novas tecnologias.

Nosso grande desafio é aumentar a participação da ferrovia, que atualmente movimenta apenas 20% do volume total de 65 milhões de toneladas. Essa participação é muito pequena, e precisamos avançar, mudando a matriz de chegada e reduzindo a dependência dos caminhões”, disse Garcia.

O diretor-presidente da empresa pública também afirma que apesar das dificuldades, os portos de Paranaguá e Antonina seguem superando ano após anos os resultados esperados. “Temos orgulho de movimentar tanto volume anualmente sem filas, aquelas filas famosas que não ocorrem há mais de uma década. Hoje, conseguimos prever a chegada de caminhões com sete dias de antecedência“, celebrou.


Modernizações no radar da Portos


Esses problemas, relacionados principalmente às ferrovias, deverão ser resolvidos com a conclusão das obras de modernização da infraestrutura do porto de Paranaguá, que incluem o Moegão, atualmente com cerca de 10% de execução e previsão de término para dezembro de 2025. O projeto inclui um sistema de recepção e descarga ferroviária de grãos e farelos nos terminais de exportação, além da adequação das infraestruturas rodoviária e ferroviária na região leste do porto.

Luiz Fernando Garcia lembrou que o projeto é financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com um investimento de R$ 495 milhões, o primeiro desse tipo para uma autoridade portuária. Segundo ele, o Moegão permitirá o desbloqueio de 220 vagões diariamente, e com sua conclusão, 180 vagões poderão ser recebidos, descarregados e liberados em até quatro horas, proporcionando um ganho para todo o sistema portuário.

Isso nos proporcionará uma condição de movimentação muito mais eficiente, não apenas olhando o presente, mas também para as próximas décadas, considerando o volume de investimentos que ocorrerão no estado do Paraná“, disse.

Já o presidente da Câmara Temática do Ministério da Agricultura, Edeon Vaz Ferreira, elogiou a gestão da Portos do Paraná e destacou que o objetivo do convite foi proporcionar aos membros um conhecimento mais aprofundado sobre os portos, incluindo não apenas os terminais de grãos, mas também aqueles que movimentam contêineres.


Margem de segurança em testes de bafômetro é alterada na Portos


A partir de 1º de agosto, haverá mudanças mais rigorosas para infratores nos portos do Paraná. A empresa ajustou os limites de álcool permitidos nos testes de bafômetro na área portuária. Seguindo a lei nacional nº 11.705, conhecida como “lei seca”, a tolerância de álcool exalado nos portos será reduzida de 0,3mg/l para 0,04 mg/l.

Os testes de bafômetro, implementados desde 2020, são realizados por meio de sorteios eletrônicos e eventos de fiscalização envolvendo trabalhadores portuários e motoristas que acessam o cais. Entre 2022 e junho de 2024, 9.339 pessoas foram testadas e 36 autuadas. Para fazer o teste, a pessoa deve soprar o bocal do equipamento até que um aviso sonoro indique que o ar exalado foi suficiente.

O principal objetivo dos testes com o etilômetro é aumentar a segurança para pedestres e motoristas. Há um grande fluxo de pessoas e veículos na área portuária, então é essencial garantir que ninguém acesse as áreas operacionais sob efeito de álcool”, explicou José Sbravatti, gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Portos do Paraná.

Quase dois mil trabalhadores, incluindo portuários avulsos, terceirizados e funcionários de empresas operadoras, passam pelo cais diariamente. “Temos muitos operadores de equipamentos, como guindastes e empilhadeiras, e precisamos garantir que essas pessoas estejam livres do efeito de álcool”, destacou Sbravatti.

Motoristas autuados serão encaminhados à autoridade competente para responder legalmente, além de enfrentar as mesmas penalidades de bloqueio de acesso. O veículo será retido até que outro motorista habilitado e credenciado possa removê-lo.


Portos também é ação social


A Portos do Paraná recolheu 615 kg de resíduos durante um mutirão de limpeza no Trapiche do Rocio, em Paranaguá, na última terça-feira (23). Alunos da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), representantes da Associação de Moradores do Rocio, do Governo do Paraná, da Pavi Serviços Ambientais e da Cia Ambiental participaram da ação.

A iniciativa ocorreu na semana em que se celebra o Dia Mundial da Conservação dos Manguezais. “Os mangues são ecossistemas extremamente importantes para o estuário de Paranaguá, pois funcionam como berçários para diversas espécies. No entanto, são também ecossistemas muito frágeis, o que torna essencial realizar mutirões de limpeza para retirar resíduos que impactam a fauna e a flora locais”, explicou a bióloga da Portos do Paraná, Jaqueline Dittrich.

No total, foram retirados 615 kg de resíduos dos manguezais, dos quais 543,04 kg eram produtos não recicláveis. Entre os materiais mais encontrados estavam plásticos e garrafas de bebidas alcoólicas, além de peças de roupas e calçados. “A maioria dos materiais que encontramos não foi descartada aqui, mas trazida pela maré. Eles vêm de diversas partes do país e acabam parando aqui”, explicou a gestora ambiental da PAVI, Raphaela Caetano.

A Portos do Paraná recolheu 615 kg de resíduos durante um mutirão de limpeza no Trapiche do Rocio, em Paranaguá, na última terça-feira (23). Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

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