Programa de Educação Ambiental une o porto de Paranaguá às comunidades litorâneas


Por Luiza Rampelotti Publicado 18/06/2024 às 16h09
Um exemplo dos projetos de Educação Ambiental é o de saneamento básico na comunidade de Eufrasina, que se tornou um convênio entre a Portos do Paraná e a Universidade Federal do Paraná. Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Um exemplo dos projetos de Educação Ambiental é o de saneamento básico na comunidade de Eufrasina, que se tornou um convênio entre a Portos do Paraná e a Universidade Federal do Paraná. Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

A movimentação intensa do porto de Paranaguá, um dos mais importantes do Brasil, gera um impacto inevitável no meio ambiente e nas comunidades vizinhas. Para minimizar esses efeitos e garantir a sustentabilidade da atividade portuária, a Portos do Paraná implementou um Programa de Gestão Ambiental, que é gerenciado pela Cia Ambiental desde 2016.

A Cia Ambiental, empresa com mais de 20 anos de experiência, atua em diversos projetos no estado e no Brasil, e foi contratada por meio de licitação para executar o programa, que é uma obrigação para a Portos do Paraná, determinada pelo licenciamento ambiental federal, pelo qual a empresa pública obtém licença para executar suas operações.

O Programa de Gestão Ambiental engloba diversas ações, desde o monitoramento ambiental e da fauna até o acompanhamento do meio físico e socioeconômico, incluindo programas que interagem diretamente com as comunidades”, explica Thiago Mafra, gestor ambiental da Cia Ambiental.

Segundo Thiago Mafra, gestor ambiental, o PEA, que conta com 11 projetos, tem tido uma boa aceitação nas comunidades porque as ações são desenvolvidas para gerar benefícios reais e são construídas com a participação dos próprios moradores. Foto: Juan Lima/JB Litoral
Segundo Thiago Mafra, gestor ambiental, o PEA, que conta com 11 projetos, tem tido uma boa aceitação nas comunidades porque as ações são desenvolvidas para gerar benefícios reais e são construídas com a participação dos próprios moradores. Foto: Juan Lima/JB Litoral

Comunicação e desenvolvimento socioambiental


Dentre os programas, o que mais se destaca é o de Educação Ambiental, com foco em cinco linhas de ação: fortalecimento da pesca artesanal, fortalecimento das associações de moradores, apoio ao público jovem, saneamento básico e turismo e cultura socioambiental.

Segundo o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana, a abordagem do Programa de Educação Ambiental (PEA) junto às comunidades atende uma demanda do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que a iniciativa fosse além da parte teórica em sala de aula. “Pensamos em um Programa de Educação Ambiental voltado para fora da sala de aula, com mais prática que teoria. Dentro dessa estratégia trouxemos as práticas e princípios da permacultura”, explica.

Para Thiago Mafra, o PEA se destaca por envolver diretamente 15 comunidades da baía de Paranaguá, incluindo três em Antonina e duas em Pontal do Paraná, localizadas na área de influência direta dos empreendimentos portuários. Essas comunidades, com forte vínculo com a cultura caiçara e a pesca artesanal, enfrentam desafios como geração de renda, capacitação profissional e acesso a saneamento básico.

A gente está conseguindo, através da educação ambiental, levar soluções para problemas das diversas comunidades da nossa área de influência direta”, diz o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana. Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
“A gente está conseguindo, através da educação ambiental, levar soluções para problemas das diversas comunidades da nossa área de influência direta”, diz o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana. Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Projetos que geram impacto positivo


O gestor ambiental explica que o PEA busca auxiliar as comunidades a superarem essas dificuldades através de projetos como:

  • Compostagem nas comunidades ilhadas: promovendo a coleta e tratamento de resíduos orgânicos, reduzindo o impacto ambiental e gerando adubo para o uso local.
  • Sistemas de tratamento de esgoto de baixo custo: oferecendo soluções práticas para o tratamento de esgoto, contribuindo para a saúde e a qualidade de vida das comunidades.
  • Desenvolvimento de cursos para jovens: ofertando cursos e atividades que visam capacitar jovens para o mercado de trabalho, garantindo o desenvolvimento local.

Um exemplo é o projeto de saneamento básico na comunidade de Eufrasina, que começou com a Cia Ambiental e se tornou um convênio entre a Portos do Paraná e a Universidade Federal do Paraná“, comenta Thiago.

Segundo ele, o programa, que conta com 11 projetos, tem tido uma boa aceitação nas comunidades porque as ações são desenvolvidas para gerar benefícios reais e são construídas com a participação das próprias comunidades. “O PEA é elogiado pelas comunidades por desenvolver projetos que geram benefícios reais e por promover a participação da própria comunidade em sua construção”, diz.

Um futuro sustentável para o porto e as comunidades

Thiago também afirma que o programa tem se mostrado eficaz, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida nas comunidades e para a construção de um relacionamento positivo entre o porto e os moradores.

De 2016 a 2021, a Portos do Paraná investiu mais de R$ 27 milhões para a execução das ações. Já de 2021 a 2026, deve investir quase R$ 34 milhões.

De acordo com a empresa pública, o Programa de Educação Ambiental tende a promover a sustentabilidade e o desenvolvimento social. A iniciativa busca equilibrar o desenvolvimento econômico com a qualidade de vida das comunidades da baía de Paranaguá.

A relação entre a Portos do Paraná e as comunidades está cada vez mais próxima, fluída e acontecendo de maneira cada vez mais integrada. A gente está conseguindo, através da educação ambiental, levar soluções para problemas das diversas comunidades da nossa área de influência direta. Utilizamos metodologias que a permacultura nos permite para fazer diagnósticos e oferecer, através de técnicas alternativas, soluções sustentáveis”, conclui o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana.

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