Sem operação- Porto de Antonina vira pátio de estacionamento exclusivo


Por Redação JB Litoral

Caminhões estacionados na faixa primária do Porto de Antonina

Sem operação com navios na sua faixa portuária, desde os anos 70, com a paralisação da indústria Matarazzo, importante geradora de negócios e empregos da época, hoje, retratada pelo conjunto de prédios em ruínas no final da avenida, a qual leva o nome da família, a faixa primária do Porto Barão de Teffé, área pública, nos últimos anos se transformou em um exclusivo pátio de estacionamento em Antonina.

O terminal que, em 1920, foi considerado o 4º maior porto em exportações no Brasil, após a conclusão da estrada da Graciosa e do terminal ferroviário, o qual ligou a cidade à Curitiba, ganhou nova roupagem em sua fachada, depois que o Ex-vereador antoninense, Luis Carlos Souza, o Luis Polaco, assumiu a direção portuária.

O investimento no porto não ficou restrito ao acesso para a faixa primária e, em seu interior, foi colocada uma estrutura de iluminação tornando a maior parte da área pública segura e clara, apesar de ainda não haver movimentação de mercadorias em seu píer de atracação.

Foto/JB

Todavia, nos últimos anos a área pública tem sido usada para estacionamento e pernoite de caminhões que descarregam no terminal privado que fica próximo do público.

Diante da legalidade desta situação, uma vez que o uso de área pública deve ocorrer com autorização do gestor do terminal portuário ou do Governo do Estado, responsável pela delegação concedida pelo Governo Federal, a reportagem enviou na semana passada, dia 18, para a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), seis questionamentos no sentido de esclarecer o uso da área por estes motoristas. Foram elas: 1 – De onde e de quem são os caminhões? 2 – Com que autorização eles usam a área pública como estacionamento? 3 – Existe uma SEV destes caminhões? 4 – O porto cobra alguma taxa pelo uso do seu espaço público? 5 – Na possibilidade de um furto ocorrendo, enquanto estiverem na área pública, de quem é a responsabilidade pelo ressarcimento do dano? 6 – A iluminação do pátio onde ficam os caminhões foi feita para esta finalidade? Se não, por que razão foi feita? 6 – Desde quando a área pública vem sendo usada para esta finalidade?

Porém, até esta segunda-feira (24), não houve nenhuma resposta da APPA, da Assessoria de Comunicação e, tampouco, da Diretoria do Porto de Antonina.

Em razão da ausência de resposta, nesta semana o JB irá protocolar as mesmas perguntas junto à APPA, usando desta vez, a Lei Federal de Acesso à Informação 12.527/2011.     

 

História

As mudanças na economia mundial após a segunda Grande Guerra Mundial e o fim do ciclo da erva-mate, foi o fato que determinou o declínio da economia de Antonina e das atividades de Porto Barão de Teffé, como também a paralisação da indústria Matarazzo.

O projeto inicial do porto capelista foi de Antônio Rebouças e seus sócios em 1872, que adotavam o Barão de Teffé como terminal da ferrovia. Também era esta a vontade do Presidente Zacarias.

A instalação do primeiro armazém ocorreu antes mesmo do projeto se tornar realidade, em 1858, e o primeiro navio atracado foi o “Gentil Campinas”, em 1842, segundo consta o livro do advogado, historiador e portuário, Algacyr Morgenstern, que trabalhou quase 40 anos na APPA e em sua Procuradoria Jurídica.

O livro trata, ainda, de fatores como as principais mercadorias movimentadas em Antonina ao longo dos anos, como a erva-mate, a madeira e o café até o açúcar e os fertilizantes nos dias de hoje.

Vale lembrar a longa disputa com Paranaguá para ser o detentor do elo com Curitiba por meio da ferrovia. Os dois lados debateram com fortes argumentos e com foro de autoridade, mas Paranaguá venceu, enfim, por conta de seu poder político.

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