Portuários decretam estado de greve no porto de Paranaguá


Por Redação JB Litoral Publicado 25/06/2014 às 21h00 Atualizado 14/02/2024 às 01h53

A intransigência da diretoria da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) de rejeitar, sem qualquer negociação, 17 cláusulas das 53 propostas apresentadas pelo Sindicato dos Trabalhadores Empregados da Administração e nos Serviços de Capatazia dos Portos, Terminais Privados e Retro Portuários no Estado do Paraná (Sintraport), acirrou os ânimos dos portuários na assembleia realizada na sexta-feira (13) resultando na decretação do estado de greve, aprovado por unanimidade pela categoria.

Reunidos na sede social do Sintraport e liderados pelo presidente Orlei de Souza Miranda e pela Comissão de Negociação formada por servidores da Appa, a categoria defendeu que nos últimos 15 anos não houve nenhum aumento real de salários e sim reposições salariais e defendeu o fim da transferência de postos de trabalho para iniciativa privada, como está ocorrendo na Guarda Portuária.

Três dias antes da assembleia, a Appa tentou aprovar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), segundo seu entendimento, mas os portuários rejeitaram e uma nova discussão foi realizada na assembleia extraordinária da última sexta-feira, visando deliberar sobre as medidas a serem tomadas pela categoria em relação a situação em que se encontram as negociações, junto à  Appa do ACT.

O impasse se deve em relação ter sido frustrada, parcialmente, as negociações depois que o sindicato da categoria apresentou uma proposta contendo 53 cláusulas, das quais a direção da Appa aceitou 36 delas e recusou  completamente, sem qualquer negociação de acatar as 17 cláusulas da proposta, a maioria de natureza econômica. Diante desta posição a categoria decidiu decretar estado de greve, autorizando o Sintraport efetuar uma greve geral no porto, caso não sejam revistas a negativa da Appa das 17 cláusulas propostas.

Na assembleia ficou decidido ainda o apoio a manifestação pacífica de toda categoria, inclusive da Guarda Portuária e a inclusão de uma nova cláusula na negociação, a de reocupação dos portuários que atuam como serviços gerais, deslocados do trabalho de amarração, que foi privatizado, além de não transferir novos setores para iniciativa privada.

Durante a assembleia, o portuário Ariosvaldo Alboite, disse que em 24 anos de trabalho, a categoria só perdeu e, alertou para as decisões da Diretora Administrativa e Financeira, Jacqueline Wendpap, dizendo “o que ela fala não se escreve”.

Na mesa de trabalho, além do presidente Orlei e a Comissão de Negociação, compuseram os trabalhos, o advogado Gelasko e o ex-presidente Wilson Moraes. Um grande número de portuários se fizeram presentes na assembleia.

Em razão das decisões da categoria definidas na assembleia geral, ontem a Guarda Portuária realizou uma manifestação pacífica contra a atitude da Appa de buscar a terceirização dos seus serviços na faixa portuária.