Prefeitura de Antonina abandona viaturas da frota pública em oficina de Paranaguá


Por Redação JB Litoral Publicado 28/02/2019 às 20h33 Atualizado 15/02/2024 às 07h38

Denúncia feita pelo Vereador Paulo Eleotero (DEM) e trazida pelo JB Litoral, em março de 2018, do que considerou um desperdício de recursos municipais a manutenção da frota pública da Prefeitura de Antonina por uma oficina de Paranaguá, se transformou no abandono de quatro viaturas que, a valores da época, somam cerca de R$ 390 mil em patrimônio público.

Naquele período, os sócios da empresa Truck Center, Fabio Liro de Andrade Melge e Douglas Michel Marcelino, contestaram algumas informações do parlamentar, alegando que o contrato feito com a prefeitura era de mão de obra e não incluía fornecimento de peças. Outras três empresas venceram a licitação e ficaram responsáveis para repassar as peças necessárias aos consertos.

As viaturas, que seriam consertadas, eram três ônibus escolares, um Volks/Comil Svelto U, ano e modelo 2002, placa AKS–8733, com custo aproximado de R$ 30 mil; Micro 11, ano e modelo 2007, placa AON– 5683 com custo aproximado de R$ 75 mil e um Ônibus Rural Escolar – ORE 1, ano 2013, com plataforma elevatória veicular para cadeirante, placa AXY– 9973, com custo aproximado de R$ 195 mil. Todos eles da Secretaria Municipal de Educação. O último é um caminhão coletor de lixo da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio ambiente, modelo Ford Cargo 1317 E, ano e modelo 2009, placa ARW–5935, com custo aproximado de R$ 90 mil.

De acordo com um dos empresários, a prefeitura chegou a autorizar o reparo nos veículos, mas já estava devedora em cerca de R$ 20 mil de serviços prestados e entregues pela oficina e, sem ocorrer o pagamento, as quatro viaturas não receberam manutenção.

Segundo Fábio Melge, houve uma tentativa de negociação parcelada por parte da prefeitura, mas que não foi consolidada e os ônibus e coletor ficaram no pátio da oficina sem conserto. Entretanto, a necessidade de usar o espaço, fez com que eles fossem levados para um pátio particular, próximo da oficina, para que a prefeitura retirasse e os conduzisse de volta para Antonina.

Segundo a funcionária do pátio, as diárias pelo tempo de ocupação estão próximas de R$ 20 mil para fazer a retirada.

Sucateados na oficina, “ativos” na prefeitura

A reportagem esteve na oficina, falou com os empresários da Truck Center e constatou o estado de sucateamento que se encontram os veículos no pátio privado.

Apesar de terem datas que variam de 2002 a 2013, as condições dos ônibus escolares estão precárias, inclusive o de 2013, menos de seis anos na prefeitura. O coletor de lixo, por sua vez, que é modelo e ano de 2009, ainda está em condições de uso.

Entretanto, com quase um ano de abandono na oficina e no pátio, uma pesquisa feita pelo JB Litoral, no Portal de Transparência, mostra que todas as quatro viaturas estão como “ativas”.