Prefeitura de Matinhos estuda projeto de reciclagem para recuperação do CIAS


Por Redação JB Litoral Publicado 16/02/2019 às 18h21 Atualizado 15/02/2024 às 07h28

Com o objetivo de diminuir o passivo ambiental causado pelo Consórcio Intermunicipal de Aterro Sanitário de Matinhos e Pontal do Paraná (CIAS), a Prefeitura de Matinhos está estudando a possibilidade de implantação de uma usina de recicláveis, no aterro sanitário.

De acordo com o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Sérgio Cioli, a área, localizada em Pontal do Paraná, e que recebe os resíduos sólidos das duas cidades, já superou a expectativa e, as células, onde são depositados os rejeitos, já estão comprometidas. “Nossa ideia é instalar a usina, com a intenção de recuperar o passivo”, diz.

A usina de reciclagem serve para transformar resíduos sólidos urbanos e industriais em produtos de alto valor comercial, como madeira biossintética, energia elétrica, óleo pesado sintético, óleo diesel bissintético, gás, combustíveis sólidos, adubo bio-orgânico, entre outros derivados, sem gerar resíduos indesejáveis ou prejudiciais ao meio ambiente.

Segundo Cioli, a proposta ainda não tem previsão para ser implantada, devido à morosidade do processo burocrático. “Depende, primeiramente, de licenciamento ambiental, processo licitatório, homologação de vencedor, construção da usina e etc.”, explica. Para ele, será necessário muito apoio das prefeituras, do Ministério Público, do Instituto Ambiental do Paraná e do Estado para que, o quanto antes, o projeto esteja em funcionamento.

Com relação ao processo licitatório, ele informa que, assim que possível, será realizado um chamamento público, junto ao CIAS, para que a melhor proposta seja implantada no aterro, para o início das atividades. “Faremos um trabalho técnico e político para que isto aconteça o mais rápido possível”, afirma.

Para o Biólogo Caio Fernandes, as usinas de recicláveis são de extrema importância para o litoral, tanto no aspecto ecológico como econômico. “Elas ajudam a causar menos impactos ambientais na geração dos resíduos sólidos, uma vez que, com a reciclagem dos materiais, como papel, papelão, alumínio, vidro e etc., este produto terá uma nova recolocação no mercado, agredindo menos o meio ambiente por meio da extração da matéria prima pela qual são feitos esses materiais. Além disto, a implantação de uma usina irá gerar empregos e renda, direta e indiretamente, aos moradores das cidades afetadas”, diz.

Ele declara que é muito importante que, além do CIAS, esta ação seja adotada em todos os municípios do litoral, produzindo, assim, menor impacto no meio ambiente.

Toda a comunidade ganha, por ser uma iniciativa moderna que garante que estamos realizando o processo correto em termos de resíduos, e com segurança perante os outros órgãos ambientais. Além disto, ganha o município e os munícipes, para que a gente sempre tenha um local onde depositar os resíduos”, diz Sérgio Cioli.

CIAS deve ser aterro e não lixão

Paralelamente ao processo de implantação de uma usina, o Secretário de Meio Ambiente informa que está sendo realizado um projeto para a inauguração de estações de transbordo. “Serão locais onde vamos segurar o lixo durante o tempo de recuperação de todo o passivo do aterro. Talvez, durante esse período, a gente deposite o lixo em outra área licenciada até que o CIAS seja totalmente recuperado”, declara. Sérgio.

Segundo ele, a intenção é que, enquanto os rejeitos que já se encontram no aterro sanitário não são recuperados, o lixo seja depositado em outro local. “Estamos focando na questão da segurança ambiental, queremos organizar o CIAS como tem que ser organizado, que é um aterro (e não um lixão), e que ele volte a ter um licenciamento correto”, afirma.