Prefeitura não informa se tomou medidas contra excursão que foi a São Paulo


Por Luiza Rampelotti Publicado 18/06/2020 Atualizado 15/02/2024

Após a operação frustrada da Guarda Civil Municipal (GCM) de Paranaguá, na segunda-feira (15), que autuaria um ônibus de excursão que retornou à cidade após levar um grupo de 40 pessoas que foram fazer compras no popular Bairro do Brás, em São Paulo, o JB Litoral questionou a prefeitura a respeito das medidas adotadas contra a empresa que realizou a excursão.

Durante a ação que envolveu a GCM, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e equipe de servidores municipais, o comando da guarda informou que já sabia a placa do ônibus, o nome da empresa que realizou a excursão e o nome do motorista. A operação foi montada no posto da PRF de Alexandra, na BR-277, e a chegada do veículo estava sendo aguardada por volta das 22h.

No entanto, após mais de duas horas de expectativa, o ônibus não passou pelo local esperado e, então, a comandante da GCM, Marcia Garcia, afirmou que a ação teria sido “vazada” para o motorista, que provavelmente desviou sua rota no viaduto do KM 29 e se refugiou em outra cidade até que o aparato policial fosse desmontado.

O objetivo da blitz era cumprir Decreto Municipal que proíbe aglomeração de mais de 30 pessoas em um mesmo local e a entrada e/ou saída de ônibus de excursão da cidade, com o intuito de evitar a propagação do coronavírus no município. Vale destacar que São Paulo é o Estado com número recorde de casos confirmados da doença e de óbitos, 192.628 e 11.846, respectivamente, até esta quinta-feira (18). Até o final de maio, o Brás se encontrava entre os dez bairros com a maior taxa de mortalidade pelo vírus para 100 mil habitantes em São Paulo, na terceira posição.

GCM e secretaria de Segurança não respondem

O episódio se tornou cômico e rendeu milhares de comentários nas redes sociais, visto que a equipe de reportagem do JB Litoral foi convidada a acompanhar tudo, em primeira mão, por meio de uma live na página do Facebook. Os parnanguaras aguardaram, junto com a GCM e PRF, a chegada do ônibus à cidade.

Devido ao veículo não ter passado pelo local esperado, a equipe da GCM seguiu em direção ao viaduto do KM 29 e afirmou que permaneceria na ocorrência, uma vez que tinha conhecimento da placa do ônibus e do nome da empresa. Nesta situação, o JB Litoral optou por encerrar a transmissão ao vivo, que chegou a ter mais de duas mil pessoas acompanhando, em tempo real, e mais de 60,5 mil visualizações no total.

No dia seguinte, terça-feira (16), a reportagem questionou a prefeitura a respeito da conclusão da operação, uma vez que a equipe municipal tinha as informações necessárias para realizar a notificação dos envolvidos na excursão. No entanto, até o fechamento desta reportagem, não houve retorno por parte do comando da GCM e nem da secretaria municipal de Segurança.

De acordo com o Decreto Municipal nº 2.041, no Artigo 7º, as pessoas físicas ou jurídicas que descumprirem as normas “serão responsabilizadas nos termos da Lei”.

É importante ressaltar que o grupo de 40 sacoleiros que retornou de São Paulo se expôs ao vírus e, caso contaminados, irão submeter, além de suas famílias, possíveis clientes para quem irão revender as mercadorias adquiridas no Bairro do Brás. Outra preocupação é que Paranaguá está em uma curva ascendente de casos registrados do coronavírus: somente de segunda-feira (15) até esta quinta-feira (18), 19 novos casos foram confirmados.

GCM, PRF e servidores municipais realizaram a ação