Presidente da Viapar garante que concessionária vai fazer obras programadas


Por Redação JB Litoral Publicado 11/11/2013 Atualizado 14/02/2024

O presidente Viapar, Marcelo Machado, garantiu nesta terça-feira (12), em depoimento à CPI DO PEDÁGIO, presidida pelo deputado estadual NELSON LUERSEN, que todas as obras programadas para serem realizadas até 2021 serão realizadas. Ao contrário do que disse em depoimento recente o auditor do Tribunal de Contas (TC), Alexandre dos Santos, a empresa estaria saudável, teria condições de quitar todas as suas dívidas e de realizar as obras de duplicação dos trechos concessionados entre Campo Mourão-Mamborê, Floresta-Peabiru, Peabiru-Campo Mourão, além dos contornos de Arapongas e Norte de Maringá. “A Viapar não está à venda, até porque eu me interessaria por ela se estivesse e tem condições de quitar todas as suas obrigações. Aliás, o contrato com o governo do Estado vai ser cumprido e está sendo cumprido”, declarou ele.

Machado enfatizou que apenas uma obra programada está atrasada: o Contorno de Mandaguari. A obra, que deveria ter sido feita em 2008, não foi por um confronto criado – segundo ele – pelo governo Roberto Requião. “Era para termos feito a obra até 2008, fizemos o projeto e enviamos para o governo à época. O governo deveria cumprir sua parte, que era fazer as desapropriações para que a obra fosse executada e não cumpriu nem mesmo a decisão judicial que provocamos para isto. Esta obra será entregue no ano que vem por omissão do governador da época”, esclareceu. A obra de 10 quilômetros custará R$ 95 milhões (R$ 5 milhões de desapropriações). Em 1997, o contrato original dizia que a obra custaria R$ 57 milhões.

Diferente das demais concessionárias, a Viapar não teria conseguido reajustes inflacionários e degraus tarifários com os aditivos de 2000 e de 2002. No entanto, teria conseguido postergar a maior parte das obras, além da retirada de 64,35 quilômetros de duplicação de rodovias e de 42 quilômetros de contornos. “Para nós não interessa o aumento da tarifa e não estou sendo hipócrita falando isto. Tenho a visão de que quando se reduz a tarifa, se aumenta o tráfego de veículos. No entanto, queremos fazer um acordo que seja justo”, ponderou Machado. Para ele, muitas obras deveriam entrar no novo acordo que está sendo desenhado com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) como o acesso de Sarandi e o trecho caótico entre Paranavaí e Nova Esperança.

“Acho fundamental a participação do Legislativo neste processo, cobrando para que obras sejam colocadas. Quando foi feito o acordo em 1997, algumas obras pareciam necessárias, mas com o passar do tempo muita coisa mudou e as necessidades também”, avaliou ele. Machado reclamou que muitas praças de pedágio foram colocadas em locais sem necessidade e atualmente a cada 100 veículos que trafegam pelas rodovias concessionadas, 15 pagam pedágio para a Viapar. “A solução para baratear tarifa ou inserir novas obras é aumentar o volume do tráfego e isto pode passar por novas praças de pedágio”, sugeriu.

Para o deputado Nelson Luersen, presidente da CPI DO PEDÁGIO, fica claro que existe um problema que é o rompimento do contrato inicial e que precisa e tem como ser solucionado. “Houve um rompimento de contrato. Começamos tudo errado e precisamos consertar isto. A gente tem esperança de sentar com o Estado, União, Tribunal de Contas da União (TCU) para rever o pedágio, que está prejudicando o Paraná”, concluiu Luersen.

Caminhos do Paraná tem R$ 300 milhões para investir em obras até 2021

Em depoimento nesta terça-feira à CPI DO PEDÁGIO, o diretor presidente da Caminhos do Paraná, Ruy Sérgio Giublin, confirmou que a concessionária tem R$ 300 milhões em obras para serem feitas até 2021 e garantiu que a empresa está disposta a negociar a antecipação destas obras. Até agora, teriam sido feitos 4,4 quilômetros de duplicações, além de trevos em Irati, Porto Amazonas e Relógio, cinco passarelas e melhorias do perímetro urbano de Contenda e de Guarapuava. “Nossas obrigações contratuais foram cumpridas rigorosamente até agora e vamos continuar agindo desta forma. Acreditamos que algumas obras podem ser antecipadas, mas isto deve fazer parte desta negociação que estamos fazendo desde 2011 com o governo do Estado”, afirmou Giublin.

Além da obra entre Relógio e Guarapuava, a Caminhos do Paraná está iniciando um viaduto em Prudentópolis para reduzir o índice de acidentes na região. Giublin lembrou que a concessionária foi uma das que teve o menor índice de redução de obras e de duplicações pelo fato de ter recebido a Praça de Pedágio da Lapa – mesmo sem licitação. Com a Praça, a empresa teria resolvido abrir mão de degraus tarifários acordados em 2002 e em 2004 – de 14% cada.

Atualmente, Giublin entende que exista um desquilíbrio contratual e tem discutido com técnicos do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) uma alternativa viável para recompor o equilíbrio. “Estamos conversando sobre obras e poderemos até chegar em redução de tarifas. Mas tudo depende da negociação e do termo de ajuste que iremos fazer entre as partes”. Para o deputado estadual Nelson Luersen, presidente da CPI DO PEDÁGIO, qualquer acordo só será possível se for para contemplar o povo do Paraná. “Esperamos que haja realmente um acordo e que fique bom para o povo do Paraná”, declarou Luersen.