Professora de Pontal do Paraná cria curso voltado a ensinar como lidar com o racismo nas salas de aula


Por Gabriel Santos Publicado 11/05/2022 Atualizado 17/02/2024

Criada pela servidora pública de Pontal do Paraná Edicélia Maria dos Santos Souza, que também é doutora em Educação, a proposta do curso “Educação das Relações Étnicas-Raciais”, do Projeto Afrodescendentes do Litoral do Paraná (AFROLIP), foi apresentada para mais de 30 municípios no Seminário de Promoção da Igualdade Racial na Gestão Pública e Privada, realizado na última quarta e quinta-feira (4 e 5), em Curitiba.

A professora da Escola Especial Ilha do Saber mostrou como a iniciativa ensina aos professores dos Centros de Educação Infantil (CMEIs), de Pontal do Paraná, as melhores maneiras de abordar o tema do racismo. A proposta das aulas é fazer com que os profissionais da educação consigam sensibilizar as crianças quando for o momento de conversar com eles a respeito da temática. “O projeto prevê um trabalho de igualdade, abordando toda diversidade. Mas o foco é voltado para a desconstrução do racismo com a criança negra, que é a mais prejudicada”, destaca.

Outro motivo para a criação das aulas está relacionado aos episódios de racismo que ocorrem dentro das escolas. Segundo Edicélia, os casos não são notados pelos professores e, quando eles percebem a ocorrência, muitas vezes não sabem lidar com o assunto. Por isso, receberam um material educativo que irá conscientiza-los sobre como coibir a prática do racismo nas classes.

Na imagem, Edicélia Maria dos Santos. (Foto: Reprodução)

A professora também é responsável por cuidar dos casos envolvendo atitudes racistas nos CMEIs. Ela explica que, durante três dias, uma equipe prepara uma série de atividades contra o preconceito e de valorização à cultura afrodescendente para os alunos, professores, cozinheiros e os técnicos administrativos do centro educacional. 

Para ela, o ambiente de rejeição criado na escola contribui para a evasão dessas crianças das salas de aulas. “Muitas vezes a escola acaba sendo um ambiente de sofrimento, ao invés de ser de acolhimento. Então, assim que essas pessoas aprendem a ler e escrever, acabam desistindo, não se formando e, consequentemente, não adquirindo um cargo por conta disso”, diz.

Com informações da prefeitura de Pontal do Paraná