Professores fazem vigília em frente ao Palácio por definição sobre prova para temporários


Por Redação JB Litoral Publicado 18/11/2020 às 12h46 Atualizado 15/02/2024 às 17h18

Por Amanda Yargas

A reunião realizada nesta terça-feira entre os profissionais da educação e o Governo do Estado não trouxe uma definição sobre a questão do Processo Seletivo Simplificado (PSS) para contratação de professores em regime temporário. Insatisfeitos, os educadores resolveram permanecer em vigília em frente ao Palácio Iguaçu para aguardar a resposta que o chefe da Casa Civil, Guto Silva, prometeu para esta quarta-feira (18). 

Atualmente são 20 mil professores na rede pública estadual contratados por meio do PSS. Este tipo de contratação é permitida na legislação para atender necessidade temporária, mas segundo a APP Sindicato, entidade que defende os trabalhadores da educação pública no estado, o formato tem sido usado desde 2005 para preencher o déficit provocado pela falta de contratação através de concurso público.

Neste ano o Governo mudou as regras para admissão de professores temporários e pretende aplicar uma prova. A categoria receia que isso possa causar danos em meio a pandemia, já que a estimativa é que haja 90mil candidatos que devem realizar as provas em 32 cidades do estado.

Representantes dos trabalhadores da Educação e de povos indígenas se reuniram com Governo do Estado para pedir a revogação do edital PSS. (Foto: AEN)

Escolas Indígenas

Os protestos, que começaram já pela manhã com uma marcha dos educadores na região do Centro Cívico, contaram com a presença de povos indígenas de pelo menos três etnias, Guarani, Kaingang e Xetá.

Eles reforçam o movimento porque, ao contrário das regras antigas de contratação PSS, o novo edital não prevê a preferência de professores índigenas para as escolas localizadas nas aldeias.  Eles temem que isso coloque em risco a língua, a cultura e as tradições dos seus povos.

O que diz o Governo

Segundo o Governo, um grupo de trabalho, com a participação das secretarias da Fazenda, Administração e Previdência, Procuradoria Geral do Estado, além da Casa Civil e da Educação, vai avaliar o pedido de cancelamento da prova.  Além disso, técnicos da Fazenda, da Casa Civil, juntamente com a APP-Sindicato, vão analisar a viabilidade das demandas em relação a questões orçamentárias.

O Governo do Estado também disse que a comissão permanente de diálogo com os servidores públicos, criada no ano passado, vai dar ênfase nas questões relacionadas aos contratos PSS, reforçando o diálogo com a categoria.

Ausentes

Além do chefe da Casa Civil, participaram da reunião o diretor-geral da Secretaria de Estado da Educação, Glaucio Dias, e o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Hussein Bakri.

A ausência do governador, Ratinho Junior, e do secretário da Educação, Renato Feder, na reunião foi interpretada pelo presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva, como descaso. “É um secretário que não participa dos debates, não compreende a pauta e finge desconhecer a realidades das nossas escolas. Uma equipe que não tem compromisso com a realidade da educação do campo, da cidade, quilombola, indígena. Não tem responsabilidade sobre a vida de professores, funcionários, pedagogos”.