Profissionais que estão na linha de frente falam sobre rotina pós-pandemia


Por Publicado 01/05/2020 Atualizado 15/02/2024

Neste ano, o Dia 1º de Maio está diferente, sem festas, shows, confraternizações e com muitas incertezas, devido à pandemia da Covid-19 (Coronavírus), mas trouxe o engrandecimento de profissões, cujos trabalhadores, impedidos de ficarem em casa, se tornaram ainda mais essenciais.

O JB Litoral conversou com profissionais que estão na linha de frente e trabalham incansavelmente em um período em que o medo e a preocupação fazem parte da rotina.

Informação com responsabilidade

Responsáveis pela disseminação da notícia, os jornalistas estão nas ruas para levar orientação e informação à população.

(Foto: arquivo pessoal)

Repórter há três anos, Bruna Letícia Silva, contou ao JB Litoral que a rotina de trabalho está ainda mais intensa. “Além das mudanças sobre os cuidados redobrados com a higiene e segurança, como uso do álcool em gel nas mãos e utilização da máscara de proteção individual, a nossa rotina de trabalho ficou mais intensa. Comumente, nós cobrimos os acontecimentos diários, e com a pandemia, os profissionais estavam ainda mais atentos a qualquer novidade no que diz respeito à Covid-19. Nós já estamos acostumados a lidar com imprevisibilidades, entretanto este período exigiu um esforço muito maior de cada profissional”.

Bruna trabalha como repórter na TVCI (Foto: arquivo pessoal)

Apesar do medo, Bruna diz que é necessário honrar a profissão neste momento. “Como é uma doença considerada altamente contagiosa, o medo é evidente, afinal ninguém quer ficar doente e levar a doença para dentro de casa. Contudo, honramos a profissão e trabalhamos com amor, respeitando todos os decretos da organização mundial da saúde. A TVCI, empresa onde trabalho, também disponibilizou os itens necessários a fim de garantir a saúde do funcionário. Estou ciente do meu papel na sociedade através do jornalismo, que tem o poder de transformar vidas e deixar a população bem informada”.

“Feliz Dia do Trabalhador! Que Deus abençoe cada um e um parabéns especial para os heróis que vestem branco, que atuam diretamente na batalha contra o coronavírus”.

Cuidar do próximo é principal missão

Os profissionais da área de saúde são os heróis que vestem branco e, muitos, deixam suas famílias para cuidar dos desconhecidos.

(Foto: arquivo pessoal)

Karen Rodrigues Neumann faz parte dos profissionais que são considerados heróis nesta pandemia. Técnica de Enfermagem há cinco anos, ela diz sua rotina mudou completamente. “Eu moro em Paranaguá, mas trabalho em Morretes, então minha rotina mudou completamente. Tem dias que eu trabalho até 48h direto, acabo ficando três dias longe da minha família. Além disso, eu só posso ter contato com os meus pais porque eles não têm problema de saúde, mas meu sobrinho, avós e parentes do grupo de risco só vejo por vídeo. Pois minha maior preocupação é que eu ou que meus colegas sejamos contaminados e levarmos isso para casa”.

Karen pede fé e paciência aos colegas de trabalho. (Foto: arquivo pessoal)

Karen acredita que logo tudo passará. “Eu não durmo direito desde que tudo começou, mas tenho fé de que logo isso vai passar. Então, peço para que todos que estão na linha de frente tenham fé, responsabilidade e paciência porque, graças a Deus, estamos vivendo um momento tranquilo no litoral, em relação ao número de casos, em comparação com as outras cidades do nosso país”.

“Tenham fé, paciência e responsabilidade que logo tudo isso passará”.

No momento da despedida

Desempenhando o papel mais difícil, os coveiros fazem parte do momento mais doloroso para os parentes daqueles que não conseguem vencer a doença.

Claudinei de Lima é coveiro há cinco anos, no Cemitério Municipal Nossa Senhora do Carmo, e está preocupado com a atual situação.  “Como somos responsáveis pelos sepultamentos das vítimas, também estamos na linha frente e corremos um grande risco de sermos contaminados. Com isso mudamos completamente a nossa rotina”.

“Cada um tem que fazer a sua parte” (Foto: Maisy Pires/JB Litoral)

Claudinei ressalta a importância da colaboração de todos. “Agora temos que usar todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s). Além disso, não podemos permitir a entrada de todos os familiares para não causar aglomeração. Então pedimos a colaboração de todos, pois se um de nós for contaminado, todos serão e, consequentemente passaremos para nossas famílias”.

“Peço para que todos que estão na linha de frente se cuidem e se preservem, pois se cada um fizer a sua parte logo estaremos livres”.

Garantia do alimento na mesa

Considerado serviço essencial desde o início, os profissionais dos supermercados precisaram se adaptar a nova rotina para continuar abastecendo as dispensas de todos.

Sandra acredita que logo tudo passará. (Foto: arquivo pessoal)

Sandra Alves de Jesus é Técnica de Enfermagem, mas atua como operadora de caixa de uma rede de supermercados, em Paranaguá, há quatros. “Fico feliz por estar na linha de frente neste período tão difícil e não deixar faltar o alimento nas mesas dos parnanguaras. Tive que mudar meus hábitos diários, mas continuo orientando com carinho e zelo a todas as pessoas que tenho acesso e busco orientá-las sobre os cuidados necessários para evitar a contaminação”.

A operadora conta que a maior preocupação é proteger o próximo. “Me cuido ao máximo para proteger minha família e ao próximo. Uso máscara, luvas, álcool em gel, enfim”.

“Peço para todos os colegas que, assim como eu, estão na linha de frente não desanimem porque logo esse período passará”.