Quando a saúde pública se torna um bom negócio!


Por Redação JB Litoral Publicado 01/09/2014 às 09h00 Atualizado 14/02/2024 às 02h52

Na semana expusemos a suspeita terceirização do atendimento básico à saúde na cidade de Antonina e que pode estar sendo copiada na vizinha cidade de Morretes. Penso que quando a administração pública é incompetente para fazer o dever de casa, não é nada anormal investir em terceirização, contanto que ela seja, um bom negócio para quem dela irá se beneficiar, a população.

Mas da maneira como está sendo feita na cidade capelista, chama a atenção por diversos motivos, a começar pela inexigibilidade de licitação, na contração de um serviço de R$ 5,6 milhões.
Depois os valores estratosféricos sugeridos pela prefeitura na contratação de profissionais em áreas de atendimento médico, além de abrir um leque de dúvidas, resulta em diversos questionamentos do porquê deixa-se de chamar aprovados nos concursos públicos que estão em vigência e a desvalorização do profissional da ativa.

Usando de pouco conhecimento matemático é possível constatar que os atuais técnicos de enfermagem, psicólogos e até mesmo auxiliares de serviços gerais, receberão bem menos que os da empresa terceirizada, pelo menos, no período de um ano. E aí martela a pergunta que não quer calar, e a isonomia salarial?

O risco de investir R$ 5,6 milhões numa terceirização e, depois deixar a prefeitura refém de centenas de ações trabalhistas é algo que o prefeito João Domero precisa avaliar o custo benefício.

Ninguém é contra pagar bem para que o povo seja bem atendimento, principalmente na área de saúde, onde a pouco tempo a atual gestão viu um antoninense sofrer com o atendimento no hospital e morrer de leptospirose no Regional em Paranaguá.

Mas se for para dobrar o salários de alguns profissionais, como se pode ver pelo edital de credenciamento, não seria mais justo investir na atualização das tabelas salariais dos servidores da saúde e pagar para eles, o salário que virá com a terceirização?

A menos, é claro, que esta gestão não tenha como objetivo a reeleição.

Sou da opinião que ninguém critica o que é bom e será útil para todos na administração pública.

Mas com o alerta sonoro disparado e o luminoso cada vez mais intermitente é preciso analisar melhor as ações e torná-las bem mais transparentes.