Reajuste do pedágio em 2015 será maior que do ano passado


Por Redação JB Litoral Publicado 14/11/2015 Atualizado 14/02/2024

No final desse mês, motoristas de todo o Paraná terão que gastar ainda mais nas praças de pedágio em todo o estado. Em todos os dias 1º de dezembro é previsto anualmente um reajuste, no entanto, em 2015, o peso desse aumento será ainda maior que o de 2014, visto que, graças a uma cláusula contratual da época do ex-governador Jaime Lerner, haverá permissão de um reajuste ainda maior do que os 4,88% feitos no ano passado. O pedágio foi implantado por Lerner em 1997, inclusive com voto favorável na ALEP do na época deputado estadual, hoje governador Beto Richa (PSDB). 

A praça de pedágio que liga Curitiba à Paranaguá é a mais cara do Paraná e uma das com mais alto valor em todo o país, comandada pela Ecovia, cobrando do motorista de carro comum atualmente o valor de R$16,80. Caso fosse feito um aumento como o de 2014, em dezembro o pedágio na praça que liga ao litoral custaria cerca de R$17,60, apesar disso, o novo valor a ser anunciado no final do mês deverá ser ainda maior, encarecendo ainda o custo da viagem para a região.

Em todo o Paraná há seis concessionárias que administram as 26 praças de pedágio em trechos de rodovias federais. Segundo as empresas, a correção de valores é totalmente prevista em uma cláusula contratual da época de Lerner, que pedagiou as estradas paranaenses, sendo que o lucro a ser obtido com o aumento não seria uma decisão das concessionárias. Para que se chegue ao percentual de reajuste, a fórmula utilizada é feita com índices relacionados ao andamento de obras rodoviárias, em cálculos feitos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Os quesitos analisados pela FGV para estabelecer o reajuste são os seguintes: terraplenagem (movimentação de terra), pavimentação (asfaltamento novo ou recapagem), obras de arte especiais (viadutos e pontes), Índice de Custo da Construção – ICCC (insumos), projetos especiais (de engenharia) e, por fim, o Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM). Cada um desses itens demonstra o total de variação de custos ao longo de doze meses, estabelecendo uma média de todos os fatores em questão para dizer qual será o aumento a ser feito.

Caminhões vazios e isenção

Segundo as concessionárias, um item levado também em consideração para o reajuste é um cálculo feito que leva em conta caminhões vazios que tiveram isenção de pagamento nesse ano devido à Lei Federal Nº 13.103/2015, a chamada “Lei dos Caminhoneiros”. Ou seja, resumidamente as concessionárias respeitaram a lei, mas farão com que os usuários paguem por isso. Além disso, em setembro, a Agepar suspendeu a isenção dos caminhoneiros, alegando que isso acarretaria “expressivos aumentos nas tarifas de pedágio do Anel de Integração, para todas as categorias de veículos”, porém, a isenção valeu por seis meses, onde tal período pesará na análise do novo valor do pedágio.

A solicitação de aumento é feito pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que, por sua vez, notifica a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (Agepar), que então homologa o reajuste. A previsão é de que nessa semana as concessionárias façam a o pedido oficial de reajuste, sendo então divulgado aos motoristas, que deverão preparar os bolsos para gastar mais.