Receita de convivência: ser coerente sem radicalizar!


Por Redação JB Litoral Publicado 12/06/2016 às 21h55 Atualizado 14/02/2024 às 13h45

Na semana passada a morte de um cavalo dividiu defensores de animais extremistas e moderados, àqueles favoráveis à retirada dos mesmos de circulação por julgarem que os fins justificam os meios. De carona nesta discussão, políticos aproveitaram o ano eleitoral para surfar no emocional de quem não poupou dedos nas redes sociais. E até um projeto de lei, proibindo o uso de animais para transporte, surgiu num passe de mágica, sem medir consequências do seu impacto social.

Em 2010 o Prefeito José Baka Filho criou o inédito programa social “Projeto Carroça Ecológica”, coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente, na gestão de Paulo Emanuel do Nascimento Junior.

Mesmo contando com o suporte necessário para funcionamento com CNPJ, assessoria contábil e jurídica da prefeitura, o programa só não vigorou por culpa exclusiva de quem o criou. Na época o trabalho foi em parceria com associações de reciclagem e garantia renda e trabalho para família de 80 carroceiros.

De lá para cá, o número de carroças diminuiu com a desativação do Lixão do Embocui e a troca de carroças por veículos em lojas de materiais de construção. Acredita-se que cerca de 50 a 60 famílias ainda dependam de animais para reciclagem e que garantem o sustento da família. No entanto, como em todo segmento há bons e maus integrantes e, alguns deles, não valorizam e nem cuidam do animal, enquanto outros zelam pelo parceiro do pão de cada dia.

Sendo assim, acabar com as carroças do dia para noite não será solução e sim garantia no aumento do caos social. No lugar de criar uma nova lei, os 17 vereadores deveriam pressionar o Prefeito Kersten para regulamentar a Lei Municipal 382/2005 que já resolveria grande parte do problema, principalmente no que diz respeito à saúde dos animais que trabalham nas carroças. Mas, para os políticos em ano de eleição dá mais prestígio polemizar do que resolver.