Editorial: Basta ao machismo enraizado


Por Redação Publicado 13/07/2021 Atualizado 16/02/2024

Com uma redação mista, o JB Litoral tem orgulho de exibir em cargos de chefia mulheres fortes e competentes. Além disso, nosso material humano conta com, pelo menos, quatro jornalistas, que mostram, como todos podem ver, um bom conteúdo e um trabalho digno de aplausos. Infelizmente, vivemos ainda na era do machismo estrutural, aquele que caminha pelas “sombras”, ditando quanto vale uma mulher, seja pela sua roupa, seja pelo que ela fala ou até com quem ela se relacionou.

Nesta edição, você confere uma matéria que mostra um pequeno passo rumo à igualdade de gênero, que tem tudo a ver com a vivência do JB Litoral. São Jéssicas, Marinnas, Flávias, Brisas, Kátias e Camilas, várias mulheres representadas por aqui e quando têm a oportunidade de frisar com números o sofrimento sentido pelos seus pares, o fazem com maestria.

A Câmara de Vereadores de Paranaguá mostra, mais uma vez, sua preocupação com esse assunto, que cada vez mais está em voga na sociedade. Ao proibir que agressores assumam cargos públicos, os políticos da cidade mãe do estado mostram a sua consciência. Os números estão aí, e assustam demais. Segundo o levantamento feito pela jornalista Flávia Barros, todo dia, pelo menos duas mulheres registram uma queixa de atos de violência contra elas, imaginem quantas nem chegam perto de contar para alguém.

Proibir que essas pessoas integrem partições públicas ajuda a diminuir, principalmente em Paranaguá, cidade que tem a prefeitura como segunda maior empregadora – atrás somente da Portos do Paraná -, os índices famigerados até agora. Gritar, xingar, ofender, diminuir, realizar torturas psicológicas que não deixam marcas ao olho nu, mas que na alma caminham lado a lado com a história dessas mulheres, são atos que devem ser repudiados até que virem apenas recursos de estudo em livros antigos.

Basta ao machismo, ao patriarcado, à hipocrisia de se dizer defensor das minorias e no fim, entre quatro paredes, bater na sua companheira, humilhar a sua companheira. As maiorias que não veem o ser humano como igual, indiferente de sua cor, credo, classe social e gênero precisam entender de uma vez por todas. Que esse passo tão importante dado pelos vereadores parnanguaras sirva de exemplo para os outros seis municípios do litoral e chegue até a capital, chegue até a esfera federal.