Risco de acidente preocupa a população pela falta de manutenção em semáforos


Por Redação JB Litoral Publicado 17/02/2017 às 16h35 Atualizado 14/02/2024 às 17h49

A falta de sinalização necessária, a ausência de funcionamento de alguns semáforos e a imprudência são apontadas por moradores como uns dos principais fatores que levam a acidentes de trânsito em Paranaguá.

Na última sexta-feira, uma mulher de cerca de 45 anos foi atropelada na Avenida Bento Rocha, próximo à ponte da Vila Guarani e encaminhada em estado grave ao Hospital Regional do Litoral. O fato serviu para engrossar as estatísticas envolvendo ocorrências relacionadas ao trânsito no município.
 

 “Nos últimos anos, Paranaguá recebeu diversos aparelhos semafóricos que deveriam otimizar e regularizar o trânsito, facilitando cruzamentos e coibindo a velocidade acima do permitido em diversos pontos. Porém, apesar do aumento no número de semáforos, não são todos que funcionam e isto é muito perigoso. Há cruzamentos muito movimentados onde o aparelho não funciona e, acredite se quiser, alguns sequer começaram a funcionar desde a sua instalação na metade do ano de 2016”, afirmou.

Luiz Henrique de Mello Santana, instrutor de trânsito.

 

O instrutor refere-se a cruzamentos como os da Avenida Barão do Rio Branco com Rua Professor Cleto, Barão do Rio Branco com Avenida Coronel Santa Rita, Coronel Santa Rita com Bento Rocha que, atualmente, não estão funcionando. Sem contar que há locais como no encontro entre a Avenida Barão do Rio Branco com Rua Nestor Victor em que o aparelho sequer foi ligado desde a sua instalação.

Segundo Santana, a desorganização em semáforos é um dos fatores prejudiciais ao trânsito parnanguara. “Pelo contrato que a Prefeitura de Paranaguá fez com a empresa responsável pela manutenção destes equipamentos, um aparelho não pode ficar com defeitos por mais de 12 horas. O que vemos atualmente é que quando acontece alguma chuva, eles param de funcionar e após algumas horas alguns são normalizados, mas há outros que passam dias, meses, sem qualquer tipo de ajuste, o que contribui para deixar o tráfego ainda mais perigoso, seja para o motorista, mas também para pedestres e ciclistas. Infelizmente, dívidas deixadas durante a gestão passada tornam a manutenção ainda mais dificultosa, visto que, enquanto não se pagar o débito, a empresa não fará o serviço de forma rápida, deixando os semáforos da maneira como estão em várias partes da cidade”, disparou.
 

Falta de critério

Outro ponto elencado por Santana diz respeito à falta de critério para a colocação dos semáforos. “O acidente com a senhora na última sexta-feira na Bento Rocha poderia ter sido evitado caso houvesse um semáforo no local, mas a prefeitura, em 2015, preferiu instalar o aparelho na Avenida Samuel Pires de Mello, onde iria funcionar um binário, em detrimento de uma região onde há pelo menos três instituições de ensino e grande fluxo de pessoas. Infelizmente a senhora está em estado grave no hospital e o binário não funcionou sequer um dia, ficou só no papel”.

O instrutor de trânsito, que atua há mais de uma década na área, defende que a implantação de uma secretaria de trânsito poderia minimizar estes problemas.
 

“Hoje a cidade conta com 317 guardas municipais. Boa parte deles cuida do trânsito, enquanto que a área da segurança, onde eles deveriam concentrar seus esforços, deixa a desejar. O ideal seria criar uma secretaria própria para o tráfego, onde agentes de trânsito seriam treinados para atuar nesta função e os guardas exerceriam uma função mais intensificada na segurança e colaborariam também com o trânsito. Talvez esta fosse uma saída para modificar um quadro tão temerário”, finalizou.