Rodeio Crioulo do CTG Desgarrados do Pago reuniu mais de 5 mil pessoas no fim de semana


Por Luiza Rampelotti Publicado 06/06/2022 às 07h04 Atualizado 17/02/2024 às 10h01

No último final de semana (3, 4 e 5), o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Desgarrados do Pago, em Pontal do Paraná, promoveu o 29º Rodeio Crioulo. Mais de 5 mil pessoas participaram da festa organizada pelo patrão José Carlos do Espírito Santo, o Zé da Ecler.

Durante os três dias, uma vasta programação foi preparada para os participantes, que puderam contar com provas campeiras, artísticas, baile e churrasco, além de um espaço para acampamento e infraestrutura. “Estou no segundo ano tendo a honra de estar como patrão do CTG, mas já faço parte dele há 14 anos. Fazer o Rodeio é uma alegria, pois nos dois últimos anos a pandemia não permitiu”, diz Zé da Ecler.

Segundo o patrão, nem mesmo a chuva impediu as famílias de prestigiarem o evento. “Em termos de laçadores, a chuva acabou atrapalhando, mas em número de pessoas, mais de 5 mil passaram pelo parque nos três dias e tiveram um momento de lazer com suas famílias e amigos”, comenta.

Nas atrações, foram disputadas provas de laço comprido, de rédea e gineteada, que são as chamadas provas campeiras; já nas provas artísticas, foram realizadas apresentações de danças, declamações, trovas e versos. O tradicional baile do rodeio aconteceu no sábado (4), com o cantor Eleandro Luz, do Rio Grande do Sul.

Essa foi a primeira vez que vim tocar no Litoral do Paraná. A experiência foi maravilhosa, aqui encontramos um povo muito hospitaleiro, que nos tratou maravilhosamente bem. Encontrei grandes amigos e fiz novos amigos. Tocamos um baile que foi coisa linda de ver, o povo foi até quase de manhã. Foi muito bonito e satisfatório e esperamos que seja a primeira de muitas”, diz o cantor.


Ambiente familiar e de respeito


Zé da Ecler destaca que o rodeio crioulo se trata de um ambiente familiar, de lida campeira e onde predomina o respeito. “Antigamente até hoje as pessoas da fazenda têm essa lida de laço; famílias, menina, piá, homem, mulher, novo e velho, vai todo mundo junto no baile, leva as crianças. A cultura gaúcha exige o respeito, quem tiver qualquer desrespeito é penalizado severamente”, conta.

Com o fim da pandemia de coronavírus, ele afirma que o objetivo é voltar a fazer programações mensais, como acampamentos campeiros, jantares dançantes com grupos gauchescos, entre outros. “Queremos fazer com que as pessoas que gostem dessa cultura continuem tendo essa expectativa de estar no CTG”, finaliza.

O participante Eduardo Guterres esteve no rodeio com sua família. “Fazia tempo que não tinha rodeio e quem tem o costume de estar em CTG sente muita falta dessas programações. Dessa vez tive a alegria de poder participar junto com meu filho João Miguel, de 1 ano e 7 meses, que esteve em seu primeiro rodeio, acampou, andou a cavalo e amou. É uma honra poder transmitir as tradições gaúchas para ele, estar junto da família e amigos e ver a cultura sendo fortalecida”, afirma.