No início de abril, a comunidade portuária que atua no Porto de Paranaguá anunciou a doação de R$ 2,5 milhões para ajudar no tratamento de pacientes da Covid-19 no Litoral do Estado. O valor adquirido na campanha será destinado para a compra de equipamentos e insumos médicos para equipar o Hospital Regional do Litoral (HRL), em Paranaguá, referência no atendimento de moradores dos sete municípios da região.
Até o momento, foram arrecadados R$ 2,4 milhões entre as 30 empresas participantes. O Hospital Regional foi escolhido para receber as doações porque centraliza os casos de pacientes com perfil intermediário e avançado da doença.
A TCP é uma das que fazem parte da campanha, e o Superintendente Institucional e Ambiental da empresa, Luiz Carlos Narok, explica qual é o foco da doação. “Para a campanha, a entidade disponibilizou uma lista com equipamentos e insumos médicos para o combate ao coronavírus. O foco é ampliar os leitos existentes no hospital”, diz.
Segundo o Diretor-geral do Hospital Regional, Giovani de Souza, já foram adquiridos um raio-x digital, um aparelho de ecografia, estrutura de 21 pontos de oxigênio, 30 camas mecânicas, 30 poltronas para pacientes, 10 aparelhos de ar-condicionado, 3 geladeiras para insumos, 20 oximetros de mesa, 2 broncoscópios, 2 sondas doppler fetal, entre outros. “Ainda temos alguns outros equipamentos que estão sendo providenciados, mas que não estão disponíveis no mercado, e estamos procurando junto com os próprios empresários. Nesse momento, buscamos encontrar respiradores para montar a Unidade de Cuidados Avançados (UCA)”, explica.
Mais 20 leitos
Segundo ele, a UCA se trata da unidade para cuidados com pacientes confirmados e suspeitos de coronavírus, uma ala diferenciada da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Quando falamos em UTI, é sobre os pacientes que estão em atendimento normal, por um trauma, doença grave, mas não têm nada a ver com coronavírus”, comenta.
A princípio, já haviam sido ampliados 10 novos leitos para a UCA, solicitação vinda da Secretaria de Estado da Saúde (SESA). “Como criamos 10 leitos, precisaria de uma série de equipamentos e materiais necessários que, mesmo com a agilidade do Estado em adquirir de forma emergencial, demora devido à burocracia. Receber ajuda de um grupo de empresários dispostos, nessa hora, facilita muito”, diz.
Com o auxílio da comunidade portuária, além dos 10 novos leitos, foram adquiridos mais 10. “Vamos trabalhar com uma estrutura para 20 leitos, 10 para a UCA e 10 para a Unidade de Cuidados Intermediários (UCI), e ainda poderemos estruturar o Pronto Socorro com mais 21 pontos de acesso com camas, cadeiras e macas, que podem ser utilizados tanto pela UCA quanto pela UCI”, informa o diretor.
Ele destaca que o Pronto Socorro que, até o momento, já está 50% finalizado, dará assistência se o prazo previsto para a duração da pandemia se estender. “Se ela se estender numa proporção além daquilo que tem sido proejado pelos especialistas, de que, realmente, no inverno as coisas vão ficar bem complicadas, o Pronto Socorro dará um grande auxílio”, comenta.
Com o valor arrecadado pela comunidade portuária, Giovani explica que foi possível adquirir equipamentos específicos para a ala de tratamento contra o coronavírus. “A ajuda dos empresários fará uma diferença enorme para a população do Litoral e deixará um legado para o hospital, quando essa pandemia passar. Eles fizeram a diferença nesse momento tão difícil que vivemos no mundo”, conclui.
Poder Judiciário também doou
No final de março, a Justiça Federal do Paraná (JFPR) também autorizou o repasse de R$ 1,4 milhão para quatro hospitais de referência que estão atendendo os casos mais graves da Covid-19. O dinheiro foi dividido entre o Complexo Hospitalar do Trabalhador, o Hospital Evangélico e o Hospital Pequeno Curitiba, de Curitiba, e o Hospital Regional do Litoral.
O HRL recebeu R$ 246 mil. A transferência foi autorizada pela 12ª Vara da JFPR, em Curitiba, a pedido do Ministério Público Federal. Com o valor, foram adquiridos 30 monitores multiparamétricos, 5 eletrocardiógrafos, 50 unidades de papel para ECG, 3 desfibriladores e 50 unidades de reguladores de pressão.
De acordo com a procuradoria, mais recursos serão disponibilizados à medida que os fornecedores de equipamentos hospitalares e remédios tiverem os produtos para pronta entrega.