“Segunda podemos chegar e todos estarem sem luz”, diz gestor de quiosque em Matinhos


Por Publicado 05/03/2022 às 10h53 Atualizado 17/02/2024 às 03h02

A regularização dos 54 quiosques de Matinhos entrou em um estágio crítico nessa última semana.

Enquanto a obra da engorda e revitalização da praia começa a sair do papel, os quiosqueiros buscam formas de manter os estabelecimentos abertos para garantir que pelo menos 270 pessoas não percam a renda devido ao fim da concessão territorial e elétrica.

De acordo com Dener Matiole, um dos gestores dos pontos mais antigos da cidade, a Copel havia estabelecido o dia 14 de março como data limite para que os espaços mantivessem acesso à luz elétrica, no moldes dos acordos anteriores. Mas a prefeitura anunciou sem explicar os motivos, que a data foi encurtada para essa próxima segunda-feira (7), o que ocasionará grandes prejuízos.

Se tivéssemos sido avisados antes, nenhum de nós teríamos feito compras. Podemos perder todos os nossos produtos se a luz for cortada nessa segunda. Quem sofrerá os prejuízos somos nós”, diz o responsável pelo Quiosque e Petiscaria do Dener há 22 anos.

Prefeitura ficou de tentar solucionar

Como a temporada de verão atrai visitantes até a Páscoa, os quiosqueiros desejam que a liberação para permanecerem ativos dure mais 40 dias, até que o período de turismo se encerre. Esse pedido foi levado ao prefeito José Carlos do Espírito Santos, o Zé da Ecler (PODEMOS), em uma reunião entre representantes da categoria e a gestão municipal realizada na quinta-feira (3).

O prefeito Zé da Ecler afirmou que iria buscar uma solução para o problema. Foto: Reprodução/ Redes Sociais

O chefe do executivo ficou de tentar garantir essa liberação com a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que é a responsável por autorizar ou não a atuação dos estabelecimentos de beira-mar, já que eles são espaços liberados via concessão e não próprios.

Zé da Ecler viajou até a capital paranaense na sexta-feira (4), mas nas tentativas de contato do grupo de empresários, não respondeu se havia conseguido a permanência dos estabelecimentos.

Como não houve uma definição, Dener explica que a situação ficou mais crítica. “Estávamos esperando uma resposta, porque o tempo que tínhamos para correr atrás de um advogado foi embora. Ficamos sem saber para onde correr nessa situação. O prefeito não informa se conseguiu nos manter trabalhando e a nossa data limite para ter energia elétrica é segunda. Como vamos trabalhar sem luz?”, lamenta o empresário.

Só no quiosque de Dener são 15 funcionários atuando diariamente. A média é que cada um dos mais de 50 pontos tenham 5 funcionários. “Aqui em Matinhos só há mercado na própria prefeitura. Se fecharem o nosso local de trabalho, como vamos sobreviver? A gente não pede nada de mais. Só queremos continuar trabalhando de forma honesta, como sempre fizemos”, reforça.

Além do prefeito, representantes da Copel, o presidente da Câmara Mario Braga (PODEMOS) e o vereador Rodrigo Gregório (PODEMOS) também estiveram no encontro.

O Quiosque e Petiscaria do Denner opera há 22 anos e é um dos mais populares da orla de Matinhos. Foto: Reprodução / Redes Sociais
Problema foi definido pela GRPU

A Gerência Regional do Patrimônio da União do Paraná (GRPU) foi quem definiu, em 2021, que todos os pontos deveriam ser desapropriados até novo processo licitatório. A tentativa de protelar o prazo não foi bem sucedida anteriormente e, com a data limite chegando, os responsáveis e trabalhadores desses espaços públicos devem ficar sem a liberação de atuação até que tudo seja regularizado através de uma nova licitação.

A reportagem procurou a prefeitura local para questionar sobre toda a questão envolvendo o imbróglio dos quiosques matinhenses e também sobre a nova reunião do prefeito com os órgãos fiscalizadores, mas, assim como os quiosqueiros, não recebeu resposta até o fechamento dessa reportagem.