Sismmap contrata mulher para realizar diária e se surpreende com história


Por Publicado 08/03/2021 às 19h12 Atualizado 15/02/2024 às 20h31

Sabe aquelas histórias que merecem ser compartilhadas? Então, foi isso que o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Paranaguá (Sismmap) pensou ao conhecer um pouco mais sobre a Helen Relinds Otto Florscuk, de 51 anos.

Helen trabalha como diarista e realiza serviços de construção civil. A sua história chamou a atenção das servidoras do Sismmap, que a chamam de “Pereirão”, e elas resolveram usar o seu exemplo de vida para homenagear todas as mulheres neste dia 8 de março.

Luta e conquistas

Após casar muito jovem, com 16 anos, Helen, que atualmente mora no distrito de Alexandra, em Paranaguá, foi morar em Mato Grosso do Sul, onde teve dois filhos e se tornou dona de casa.

Porém, alguns anos depois, acabou se divorciando. “Eu não sabia fazer nada e meu ex-marido não queria pagar pensão. Para não passar necessidade, resolvi fazer jardinagem. Comecei na vizinhança, cobrando pouco, pois não sabia cobrar”.

Segundo ela, seu serviço começou a ser reconhecido. “Comecei a trabalhar para juízes, dentistas”. Ao negar um trabalho por falta de ferramentas e conhecimentos técnicos, seus clientes começaram a lhe ajudar. “Um juiz comprou as ferramentas, outro um curso de jardinagem. Me pagaram cursos de pintura, pedreira, eletricista, encanamento. Tudo para que eu pudesse continuar trabalhando para eles”, diz.

Ela ressalta que fazia de tudo um pouco e assim ficou por oito anos realizando serviços para juízes, promotores e suas famílias. “Quando eu comecei não sabia dirigir e fazia tudo de bicicleta. Amarrava minhas ferramentas e andava por quilômetros, chegava em casa tarde da noite e super cansada. Tempos depois consegui tirar minha carteira e comprei o meu primeiro carro, era usado, mas foi uma grande conquista”, conta, orgulhosa.

O trabalho não para

Com a morte do seu pai, que morava em Pontal do Sul, ela decidiu voltar para o Paraná. “Não quis mais ficar no Mato Grosso e fui morar em Curitiba. Fiz reparos no Jardim Botânico, acabamentos nos apartamentos do Minha Casa, Minha Vida, mas não aguentei o trânsito de lá e vim para Alexandra”.

“Sempre priorizei a educação dos meus filhos”, diz. (Na foto: ela com a filha/arquivo pessoal)

Hoje, com 78 cursos profissionalizantes, Helen continua na área de construção civil e com o seu esforço paga a faculdade de medicina da filha. “Além dos serviços de construção, faço faxina, passo roupa, organizo casas, costuro, faço de tudo um pouco. Pois de pouquinho em pouquinho a gente faz muito. Pago parte da faculdade de medicina da minha filha que está no 4º ano, graças a Deus”, completa.