Trabalhadores autônomos de Paranaguá sentem o impacto da alta nos combustíveis


Por Diogo Monteiro Publicado 04/11/2021 Atualizado 16/02/2024
POSTO JARDIM PARANAGUÁ

Com os recentes e sucessivos anúncios de aumento no preço do combustível no país, muitos trabalhadores estão buscando novas alternativas de transporte para gerar uma boa economia no tanque dos seus veículos.

Este é o caso do confeiteiro Willian Valêncio, de 40 anos, que precisou fechar seu restaurante em meio a pandemia da Covid-19 e hoje realiza a venda de porta em porta, com seu próprio carro. “Antes eu colocava R$ 30 por dia agora sou obrigado a por R$ 50 mesmo assim fico com medo de ficar na rua”, contou o confeiteiro.

Wilian Valêncio encontra nas vendas de bolos a sua renda para enfrentar a inflação, principalmente da gasolina. Foto: Diogo Monteiro

Quem não consegue ou precisa diariamente usar sua motocicleta ou carro de passeio diariamente, se viu obrigado a realizar verdadeiros malabarismos para poder fechar as contas no final do mês. Essa situação acontece em todo o país, inclusive na maior cidade do litoral paranaense, em que diariamente, trabalhadores informais investem em equipamentos e estrutura para começar seu próprio negócio, mas com os aumentos expressivos da gasolina se vê sem alternativas de continuar a atividade autônoma.

Willian já teve depressão e contou que os seus rendimentos não acompanharam a inflação e mesmo com a baixa nos ganhos ainda consegue alimentar sua família. “Não tive outro meio, pois meus ganhos caíram muito, eu já tive depressão, mas consegui sair. Tenho família e o que ganho é para comprar o necessário”, explica o autônomo.

O confeiteiro ainda mantém a esperança de que a situação melhore e não descartou a possibilidade de voltar a trabalhar de carteira assinada. “Se eu receber uma oferta de trabalho, aceito na mesma hora claro, mas tenho fé que uma hora tudo irá mudar“, encerrou.

O motoboy Elias Sarraf Júnior precisou mudar sua rotina para se livrar do gasto com o abastecimento. Foto: Diogo Monteiro

Outro parnanguara que também tem lutado para manter seus rendimentos e seu trabalho com lucro é o motoboy, Elias Sarraf Júnior, de 39 anos, proprietário de uma empresa de fretes, ele precisou mudar os hábitos para conseguir equilibrar as contas no final do mês. Os efeitos no aumento dos combustíveis estão semanalmente. “Infelizmente o custo tem mudado minha rotina pessoal, usando apenas o veículo para fins de trabalho, evitando afetar renda mensal, somente assim consigo manter valores do meu serviço”, destacou o motoboy.

Além de deixar o tanque sempre com combustível, a manutenção da sua motocicleta também pesa, já que o uso é diário e continuo por parte dele. “Até começo do ano havia um custo de manutenção bem elevado, optei por trocar de moto para ganhar no custo benefício, mesmo assim o custo em 12 meses está maior. Atualmente rodo 2.000 km mensais com custo mensal de R$ 300 de gasolina”, contou Elias.