Condições do trapiche, na Ilha do Mel, preocupa moradores


Por Redação JB Litoral Publicado 20/08/2018 Atualizado 15/02/2024

Por Luiza Rampelotti

A primeira impressão da Ilha do Mel, um dos principais pontos turísticos do Paraná, é de precariedade. O mais importante acesso à praia de Brasília, o trapiche, está gerando insatisfação nos moradores e turistas, isto porque apesar de uma reforma realizada há seis meses, ele já se encontra novamente quebrado.

De acordo com o secretário da Associação dos Nativos da Ilha do Mel (Animpo), Felipe Andrews Gonçalves, a mesma situação persiste há mais de três anos.

“A pouco tempo atrás o trapiche foi reformado, porém com material de péssima qualidade e não aguentou seis meses. Já precisa de reforma novamente”, diz.

O acesso à Ilha do Mel se dá por Pontal do Paraná ou Paranaguá, de barco. Há dois anos, em agosto de 2016, uma turista quebrou o tornozelo, quando desembarcou no trapiche e pisou em uma tábua solta. Ela foi levada para o Hospital Regional de Paranaguá e precisou ficar um mês afastada do trabalho, segundo o G1.

O secretário da Animpo revela que incidentes são comuns no píer. “Sempre acontece de alguém tropeçar, pisar em falso, ralar o pé, colocar o pé na greta. Também temos problemas para os barqueiros e no desembarque, porque quando a maré está seca é complicado embarcar os moradores e turistas, pois fica muito alto para subir nos barcos”, afirma.

Em postagens na rede social Facebook, Carlos Gnata, morador da Ilha, também se manifesta sobre as condições do trapiche. “Mais um mês se passou e nosso píer continua a oferecer risco para as pessoas, moradores e turistas. Continuamos sem qualquer ação, este governo espera a quebra do equipamento público para autorizar um novo projeto, muito mais caro e que não atende às normas técnicas e de segurança”, declara.

Há dois anos, turista quebrou o tornozelo devido a uma tábua solta do trapiche. (Foto – Felipe Andrews)

Para os moradores, a Ilha do Mel, apesar de paradisíaca, tem sofrido com o descaso do poder público, e isto reflete no julgamento negativo, principalmente de turistas. “Ele vai levar para casa a primeira impressão, que é de abandono e desgoverno, o trapiche caindo aos pedaços. Uma família que visita a Ilha e não volta mais, geralmente acaba levando essa ideia”, lamenta Felipe Andrews.

O morador faz um apelo e alerta ao Poder Público. “Esperamos que as devidas providências sejam tomadas, que o IAP faça as devidas manutenções, que a Prefeitura de Paranaguá assuma a Ilha do Mel como parte do município e que o Ministério Público exija que o poder público cumpra com os seus deveres. Estamos próximos ao feriado de 7 de setembro, que é quando geralmente a Ilha atinge a sua lotação máxima, de 5 mil visitantes, com o trapiche nessas condições um acidente muito grave pode acabar acontecendo”, reitera.

Prefeitura: a responsabilidade é do IAP

Procurada, a Prefeitura informou que, até o presente momento, a manutenção de trapiches localizados na Ilha do Mel é de responsabilidade do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

O IAP comunicou que o real problema não é o trapiche, mas uma estrutura auxiliar instalada pela Prefeitura de Paranaguá que serve para os moradores e visitantes usarem enquanto o trapiche estava em obras. “Essa estrutura deve ser retirada assim que as obras forem concluídas. Já o trapiche aguarda uma dragagem para ser melhor ‘assentado’ e sofrer menos desgaste com a variação de maré”, comunica.

O Instituto também declara que esta dragagem dependia de uma Dispensa de Licenciamento do Instituto, que foi emitida recentemente e já está sendo entregue à empresa licitada para fazer o serviço. “Estima-se que o serviço, para conclusão total da obra do trapiche, seja concluído em dois meses, porém esse prazo pode se estender porque dependemos das condições ideais da maré para realizar o trabalho”, esclarece.