Um ano após instalação, pontos de ônibus sofrem com vandalismo


Por Redação JB Litoral Publicado 01/10/2020 Atualizado 15/02/2024

Por Gabriela Vizine

Adquiridos pela prefeitura de Paranaguá em março de 2019, por meio do procedimento licitatório de Concorrência Pública nº 024/2018, pelo preço de mais de R$ 2.8 milhões, os 99 novos pontos de ônibus, dois contêineres mini terminais e 97 abrigos para passageiros do transporte público têm sido alvos de vandalismo. Com a recente aquisição, que começou a ser instalada em junho do ano passado nas ruas, avenidas e praças da cidade, o município totaliza 300 pontos com cobertura e 250 paradas com placas.

Porém, somente nos últimos meses, cinco instalações com cobertura, que protegem os passageiros e pedestres das condições climáticas, já foram vandalizadas, de acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsu). Os pontos afetados estão localizados na Avenida Coronel Santa Rita, Avenida José da Costa Leite, Estrada Velha de Alexandra e Rua Júlio Groth Elias, na Vila Divinéia, esse último foi atingido, pela segunda vez, na manhã de quarta-feira (23). Na ocasião, o vidro foi quebrado devido a uma pedra arremessada ao ponto.  

Com a ação frequente de vândalos, os pontos de ônibus precisam, constantemente, receber trabalhos de manutenção para troca de vidros; recolocação de bancos; limpeza para retirada das pichações; e entre outros. Esses serviços também foram acordados pela prefeitura, por meio da licitação nº 004/2019, que contratou, por mais de R$ 3.4 milhões, a empresa Hope Construtora Ltda para realizar a manutenção e limpeza dos abrigos e pontos da cidade pelo período de 12 meses, finalizado em julho deste ano.

Somente neste ano, já foram revitalizadas cerca de 150 coberturas de pontos

Moradora lamenta falta de fiscalização

“Lamentamos que isso esteja acontecendo, pois os maiores prejudicados são aqueles que necessitam e utilizam o transporte coletivo diariamente. Pedimos o auxílio da população para que seja possível identificar os autores”, comenta o secretário municipal de Serviços Urbanos, Claudio Roberto Mariano.

Segundo ele, somente nesses nove meses de 2020, já foram revitalizadas cerca de 150 coberturas de pontos e adquiridas mais 140 de um modelo novo, sendo 2 minis terminais de contêiner com ar-condicionado, câmeras de vigilância e tomadas. Ele acrescenta que o total investido, até o momento, soma R$ 2,5 milhões, mas que, provavelmente, chegará a R$ 3 milhões devido à demanda de renovações de paradas apontada pelos estudos de viabilidade realizados pelo município.

A dona de casa Karina Rebello mora há um ano na Vila Divinéia, em um local próximo a área recentemente vandalizada, na Rua Júlio Groth Elias, e, ocasionalmente, utiliza os serviços de transporte público municipal. Na semana passada, quando precisou se locomover de ônibus, avistou a parada totalmente quebrada com cacos de vidros espalhados pelo chão.

“Tive um sentimento de insegurança quando cheguei no lugar devido ao bairro já ser violento”, conta. Para ela, é necessário maior atuação e fiscalização da Guarda Civil Municipal (GCM) nos bairros, com o intuito de conter ações como essa. “É difícil vermos viaturas aqui no bairro, ao contrário da região do Centro, em que sempre é fácil localizar. Talvez, essa falta de policiamento acabe incentivando os vândalos”, conclui.

Novos minis terminais também foram atingidos

Além da depredação nos pontos comuns, o mini terminal de contêiner da Rua Manoel Correia, próximo ao Colégio Estadual José Bonifácio, teve o monitor de horários furtado e o ar-condicionado destruído. O do Centro Histórico também sofreu depredações, tendo a fiação elétrica e lógica furtadas. De acordo com o secretário Claudio, o custo do prejuízo aos cofres públicos ainda não foram contabilizados.  

Segundo ele, a fiscalização do transporte coletivo, em geral, é atribuída à Semsu, no entanto, afirma que é impossível supervisionar esse tipo de ação. “Não tem como ter 300 fiscais para cuidar 24 horas de cada cobertura, por isso, pedimos o auxílio de todos para que denunciem os atos de vandalismo”, pontua.

Vale destacar que o artigo 163 do Código Penal tipifica que atos de vandalismo ou depredações ao patrimônio público ou privado são considerados crime de dano, com penas de detenção de um a seis meses ou multa ao envolvido. A respeito da fiscalização e patrulhamento nos bairros, a Secretaria Municipal de Segurança de Paranaguá, não retornou ao pedido de informação solicitado pela equipe de jornalismo do JB Litoral.