Um ano após nova licitação, quiosques estão prontos e expectativa é alta para o verão em Guaratuba


Por Flávia Barros Publicado 30/10/2021 às 16h44 Atualizado 16/02/2024 às 17h47

Com linhas retas, 158,21m² de área e “cara” de edificações bem contemporâneas, mas com uma arquitetura considerada atemporal, segundo a prefeitura de Guaratuba. Assim são os dez quiosques da orla da Praia Central da cidade, na Av. Atlântica, que já se adequaram às exigências previstas em contrato. Agora, completamente reformulados, estão abertos a turistas e guaratubanos, após pouco mais de um ano do início do processo licitatório, que concedeu aos ganhadores o direito, e também os deveres, de explorar comercialmente os quiosques pelo período de 10 anos, no ramo da alimentação.

Embora todos os novos proprietários tenham se adequado às exigências e seguido à risca as plantas fornecidas no edital de licitação, podendo reaproveitar somente a estrutura externa (colunas e vigas), com determinações que vão desde o formato, dimensões e iluminação até o paisagismo, com indicação de qual vegetação deveria ser usada, cada quiosque tem uma “personalidade”.

Com área de jardinagem e um salão amplo (fechados ou não com vidro, item opcional) cada quiosqueiro procura oferecer itens diferenciados e que atendam aos gostos variados dos frequentadores.

ESPERANÇA DE VETERANO

Iranthan da Silveira, 60, e o irmão dele, Antônio da Silveira, 54, mais conhecido como Toninho, são veteranos de Guaratuba. Iranthan conversou com o JB Litoral e contou que comercializa nas areias guaratubanas há 33 anos. “Comecei em 1988, com um carrinho. Depois um quiosque de fibra e nos últimos anos estávamos no quiosque sete, mas lá a faixa de areia é menor do que aqui no oito, que ganhamos a licitação, reformamos e temos uma faixa de areia maior, em que os banhistas ficam por mais tempo e consomem mais”, disse. Seu Iranthan também aprovou o projeto estabelecido pela prefeitura e está esperançoso por um verão mais próximo do normal.

Eu achei bem melhor essa nova cara dos quiosques, porque o anterior tinha um formato de canoa por dentro, não dava para a gente mobiliar direito, nem se movimentar bem dentro. Esse novo modelo é quadrado, permite que a gente se movimente bem e é muito bonito. Nós esperamos um movimento bom para o verão, com as pousadas podendo receber os hóspedes. Vendemos água de coco, milho, churros, fritas, porções de peixes e frutos do mar e, com o avanço da vacinação, esperamos que as coisas sejam bem melhores”, concluiu.

No quiosque Praia Central, os irmãos Toninho e Iranthan tocam o negócio que começou há 33 anos, ainda com um carrinho de praia / Crédito: Diogo Monteiro/JB Litoral


NOVATA, MAS ANIMADA

Carolina Rossi cresceu vendo os pais se dedicando ao comércio, em Guaratuba, mas em outros setores. Quando soube da abertura do processo licitatório para os quiosques, decidiu apostar e investir. Ganhou a licitação para tomar posse do quiosque três, em que instalou o Petiscos do Mar, que agrada aos olhos e oferece, além de conforto, acessibilidade a quem frequenta. “Nós fechamos todo o quiosque com vidros, o que era algo opcional, mas quisemos oferecer esse conforto aos nossos clientes. Também fizemos uma parede diferente e eu preferi perder um pouco do espaço da cozinha, mas oferecer um banheiro maior e com mais acessibilidade para cadeirantes”, disse ao JB Litoral.

Em relação à expectativa de maior movimento, Carolina acredita que o que já é bom, ficará ainda melhor. “Falaram que o faturamento da temporada passada foi de 50% do normal, para nós já está sendo bom, então nossa expectativa é bem grande para essa temporada, até mesmo nos finais de semana, basta fazer tempo bom e Guaratuba enche de gente”, contou a permissionária.

Carolina já vê um movimento bom e espera um verão ainda melhor / foto: Diogo Monteiro/ JB Litoral

OBRAS ACELERADAS

Já a proprietária do quiosque cinco, Sandra Mara Kessin, foi mais ponderada, mas não menos esperançosa. Ela conta que as obras duraram apenas dois meses e logo abriu o Brot Point. “Seguimos o projeto da prefeitura e executamos as obras. Foi um ano bem difícil, mas agora esperamos que o movimento seja muito bom. Investimos para receber bem os nossos clientes, faça sol, chuva, frio ou calor, temos um salão fechado com vidros para atender bem o ano inteiro”, disse a empresária.

O quiosque cinco foi um dos últimos a concluir as obras devido a desistências e/ou irregularidades nos arrematantes anteriores, mas a proprietária do Brot Point está feliz da vida / Foto: Diogo Monteiro/JB Litoral

ABERTA A ADEQUAÇÕES

De acordo com a prefeitura, todos os quiosques concluíram suas obras e cumpriram os requisitos estabelecidos em contrato dentro do prazo acordado. Mas, recentemente, surgiu a necessidade de algumas poucas mudanças, pedidas pelos quiosqueiros. Segundo contou ao JB Litoral, o secretário do Urbanismo de Guaratuba, Claudio Dal Col, o freezer no salão dos quiosques foi a primeira delas. “Fizemos o projeto para que os quiosques ficassem o mais ‘clean’ possível, incialmente com os refrigeradores e freezers no interior do espaço e não no salão. Mas fizemos uma reunião com os quiosqueiros e eles argumentaram que as pessoas, principalmente as crianças, precisam ver o sorvete para escolher, então abrimos uma exceção e foi permitido que os refrigeradores com sorvetes e cocos ficassem nos salões dos quiosques”, afirmou o secretário.

Prefeitura abriu exceção e permitiu que refrigeradores de sorvetes e água de coco ficassem expostos no salão, ao contrário do que previa o projeto inicial. Foto/Diogo Monteiro/JB Litoral

SEM ÔNUS AO MUNICÍPIO

Os valores pagos pelos quiosqueiros, com lances que variaram de R$ 167 mil a R$ 387 mil, para poderem garantir o direito de posse pelos próximos dez anos, corresponderam tão somente à concessão. Conforme previsto em edital, além desse montante, que somados os dez quiosques, ficou em R$ 2,828 milhões, os empresários tiveram de arcar com todas as despesas para a edificação dos quiosques, custos diretos e indiretos, tributos, encargos sociais e trabalhistas, taxas, utensílios e equipamentos. Isso sem contar com o investimento em manutenção da infraestrutura, limpeza, energia elétrica, água, telefone e segurança patrimonial, tudo por conta dos quiosqueiros, sem ônus para a prefeitura. Com tanto investimento, os comerciantes ouvidos pelo JB Litoral foram unânimes, estão esperançosos por uma temporada lucrativa.