Usuários criticam estado do terminal da Graciosa em Pontal do Paraná


Por Publicado 23/11/2021 Atualizado 16/02/2024

Esta reportagem foi atualizada com as respostas da Viação Graciosa e da Prefeitura de Pontal. Os pronunciamentos estão no final do texto.

A estrutura do Terminal Rodoviário de Pontal do Paraná vem recebendo reclamações quanto ao atendimento, segurança e espaço físico. Usuários do transporte ouvidos pelo JB Litoral relatam problemas diários, desde o banheiro até as longas filas de espera.

O imóvel não é da prefeitura, uma vez que é administrado pela Viação Graciosa. A fiscalização é de responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que tem a obrigação de vistoriar, fiscalizar e acompanhar a situação.

A cidade não tem um terminal rodoviário municipal e, segundo a Viação Graciosa, trata-se de um guichê de venda de passagens com estrutura de embarque e desembarque, onde circulam centenas de pessoas diariamente.

Uma parte da área de seu pátio, onde os ônibus estacionam, está ocupado por um amontoado de paralelepípedos que, segundo relatos de funcionários do terminal rodoviário, pertencem a um posto de combustível que fica próximo.

Pelas redes sociais, usuários começaram a se manifestar criticando todo o funcionamento do local. Muitos internautas passaram a cobrar melhorias e postar imagens dando conta que, em suas avaliações, o espaço está desorganizado e sem cuidado. Entre as reclamações, estão a limpeza e a estrutura do banheiro. Outros contaram que, devido cobertura do ponto de parada de ônibus estar quebrada, acabam se molhando em dias de chuva.

O JB Litoral esteve no local e ouviu os cidadãos.

Uma das frequentadoras, que aceitou gravar entrevista é Carolina da Conceição, moradora de Matinhos, que passa pelo terminal diariamente. Ela diz que o espaço precisava ser repensando, porque em alguns horários fica lotado, além das condições precárias do ar-condicionado e assento.

Querendo ou não, tem partes que estão bem feias. Tinha que ter uma reforma que suprisse não só a temporada, mas o ano inteiro. Precisava mexer em tudo, porque está até com problemas de limpeza. As paredes, infiltrações, a pintura, são muitos detalhes visíveis que precisam de atenção. Para mim já é complicado os ônibus que atrasam, mas acho que deveria ter mais horários para ter uma rotatividade maior. Acredito que a região tem estrutura para crescer e não desenvolve por causa desses detalhes“, diz.

A mulher também critica as pedras que estão ocupando o espaço dos transportes. “Além de dar uma aparência feia, ali é um espaço exclusivo para ônibus e, se um quebrar e precisar parar ali, vai fazer como? Dá a impressão de que está largado. Parece que a nossa cidade é desleixada“, complementa.

Orni Lourenço Machado, gerente da filial Viação Graciosa, explica que as pessoas que reclamam das pedras, é porque desejam entrar com seus carros para mais perto dos ônibus, mas que isso não é permitido.

Essas pedras são do posto. Elas não atrapalham o público porque estão do lado de dentro. Claro que a Graciosa se sente atrapalhada pelo transtorno. Aqui não é um terminal rodoviário, e sim um guichê de venda. Claro que tem um local apropriado para o embarque e desembarque dos passageiros. Mas onde as pessoas utilizam, as pedras não atrapalham o público“, diz.

RESPONSÁVEIS COMENTAM

A reportagem entrou em contato com a unidade do posto Maru e um atendente informou que os questionamentos só poderiam ser respondidos pela matriz da franquia. Em contato com a matriz, não havia nenhum responsável que pudesse esclarecer o que seria feito com as pedras despejadas no pátio.

O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) foi questionado sobre a fiscalização do ponto e também eventuais punições, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.

A Viação Graciosa foi questionada sobre a estrutura do ponto de embarque e desembarque e enviou uma nota assinada pelo Gerente de Operações, João Carlos Schneider de Oliveira.

Confira a resposta na íntegra:

Construção e manutenção de terminal rodoviário, é atribuição do município. Como o município não o faz, a Viação Graciosa para oferecer maior comodidade a seus clientes, mantém com recursos próprios, dois terminais no município, todos com espaço para espera sentado e abrigado, e sanitários, sendo um no balneário de Pontal do Sul, e este ao qual você se refere, em Praia de Leste.

Dizer que está abandonado, é totalmente irreal. Estamos em negociação com o proprietário do imóvel (é locado, pagamos aluguel) para realização de algumas obras que cabem a ele, e as que nos cabem serão feitas antes ainda da temporada.

Como você deve ter visto, há obras de duplicação  da rodovia em frente ao pátio.  Os paralelepípedos que ali estão, faziam parte do calçamento que foi retirado pela concessionária que faz a obra, e tão logo ela seja concluída, o proprietário do imóvel reconstruirá a calçada utilizando aquelas pedras e dará o fim que desejar às restantes, mas ali trata-se de uma área particular, não é estacionamento de automóveis e portanto as pedras ou qualquer outro material que possa ali ser colocado, não atrapalha em nada os passageiros. Tanto que antes de iniciar a duplicação, havia nas entrada uma cancela automática e só se permitia o acesso de nossos ônibus ou veículos da empresa.

Como a prefeitura de Pontal do Paraná foi citada, a reportagem procurou a assessoria de imprensa do município e recebeu a seguinte resposta:

A Prefeitura Municipal de Pontal do Paraná não possui a responsabilidade do Terminal Rodoviário de passageiros. A responsabilidade total é da empresa Viação Graciosa.
A Secretaria Municipal de Projetos e Planejamento Urbano explica que no Plano Municipal de Mobilidade Urbana que está nas últimas fases de audiências Públicas, contempla futuras instalações da Rodoviária e terminais urbanos no município de Pontal do Paraná.
Existem ações imediatas pós aprovação do Plano de Mobilidade, onde a construção da rodoviária e terminais fazem parte. O prazo estipulado para estas execuções são dois anos.