Vice-presidente se confunde: Filhos do Cartolas deixou de prestar contas de R$ 36 mil em notas


Por Redação JB Litoral Publicado 02/07/2018 Atualizado 15/02/2024

Em entrevista exclusiva ao JB Litoral na semana passada, a vice-presidente do Grêmio Recreativo Escola de Samba Filhos do Cartolas, Melissa Elias Martins, se confundiu no repasse das informações, após a reunião realizada pela Associação das Escolas de Samba de Paranaguá (AESP), nas dependências da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura (Secultura), o Grêmio Recreativo Escola de Samba Filhos do Cartolas deixou de apresentar pouco mais de R$ 36 mil, dos R$ 50 mil da verba pública recebida para o Carnaval de 2018.

Vice-presidente do Cartolas, disse AESP validou pouco mais de R$ 13 mil em notas

Com isso, a AESP ainda não conseguiu encerrar sua prestação de contas junto à Prefeitura de Paranaguá do valor de R$ 352.151,49 que recebeu para promover os desfiles carnavalescos deste ano.

Na reunião realizada na semana passada, não foi possível encerrar a prestação de contas, porque o Filhos do Cartolas apresentou pouco mais de R$ 13 mil em notas fiscais que foram aceitas e validadas pela AESP.

Um áudio enviado para o JB Litoral, informando sobre a reunião, alertou da possibilidade de o Presidente da Escola, Wladimir Roberto Miras, apresentar cerca de R$ 33 mil em notas fiscais frias (falsas) para fechar a conta do Carnaval. Entre elas, a de quitação de uma suposta dívida de R$ 25 mil contraída com João Inácio da Silva Filho, conhecido por Joca Boladão, tradicional fornecedor de estrutura carnavalesca, residente em Jundiaí, São Paulo.

Presidente Wlademir terá de prestar contas de mais de R$ 36 mil

A reportagem fez contato, pelo Whatsapp, com o Secretário da Secultura, Harrison Camargo, o Canela, para acompanhar a reunião de prestação de contas, porém, não houve retorno e, segundo informações, ele não se encontrava na cidade.

No dia seguinte à reunião, a Vice-presidente da Filhos do Cartolas, Melissa Martins, esteve na redação do JB Litoral e deu esclarecimento do que ocorreu no encontro das escolas na Secultura, porém, acabou se confundindo nos valores repassados e, nesta segunda-feira (02) procurou o JB Litoral e repassou os valores corretos.

Na reunião a agremiação apresentou notas no valor de pouco mais de R$ 13 mil e caberá ao Presidente Wladimir Miras, a responsabilidade de prestar contas do restante das notas, pouco mais de R$ 36 mil. “O valor que ele apresentou foi lançado e está correto, o que faltou de lançamento de nota não cabe à AESP, nem à Secretaria e nem a ninguém, é diretamente o presidente da escola. Ele que vai ter que declarar ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público do porque ele não apresentou a nota”, explicou a vice-presidente.

Ela disse que o encontro foi para finalizar a prestação de contas da AESP para a Secretaria de Turismo e Cultura, onde foram encerrados todos os lançamentos, por meio do sistema do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE/PR). Melissa contou que todas as escolas prestaram contas do dinheiro recebido da prefeitura, exceto o Filhos do Cartolas, porque ficou faltando um montante, o qual estava sob a responsabilidade do presidente da escola.

Prefeitura não se manifesta

A vice-presidente falou que, parte das notas a serem apresentadas, consta a dívida com Joca Boladão, mas que não é o valor alegado por ele de R$ 25 mil e sim um pouco menos. “Falando como vice-presidente da escola, ele tem em haver um valor que seria o justo e não é todo este montante e sim um pouco menos. Mas seria do que a gente usou o material dele e teria que ter pago. Foi talvez uma falta de tempo, não sei, o presidente tem que ver o que ele fez e responder o que aconteceu”, afirmou Melissa.

O JB Litoral procurou a Prefeitura Municipal, por intermédio da Secretaria Municipal de Comunicação Social (Secom), que tem como titular a Jornalista Camila Cordeiro Roque, filha do Presidente da Câmara de Vereadores, Marcus Antonio Elias Roque (PODEMOS), Marquinhos Roque, que é irmão do Prefeito Marcelo Elias Roque (PODEMOS). Foram enviados três questionamentos a respeito da prestação de contas pela AESP, dos recursos públicos repassados para o Carnaval, mas até o fechamento desta edição não houve resposta.

Secom, dirigida pela jornalista Camila Roque, não respondeu aos questionamentos do JB Litoral – Foto/Reprodução Facebook