Vídeo de dentista de Pontal do Paraná gera repercussão na internet


Por Redação JB Litoral Publicado 09/07/2020 às 17h51 Atualizado 15/02/2024 às 12h43
dentista

Por Gabriela Vizine

Vídeo de dentista de Pontal do Paraná gerou mais de 160 mil visualizações

Uma transmissão ao vivo no Facebook da página pessoal de uma dentista de Pontal do Paraná, litoral do Estado, gerou grande repercussão na internet. Na ocasião, a profissional Luciane Novisk sugere mudanças na forma como os prefeitos do litoral estão lidando com os desdobramentos da pandemia do coronavírus e questiona o posicionamento das prefeituras diante dos diagnósticos positivos de pacientes infectados pela COVID-19. O vídeo foi publicado na segunda-feira (06) e obteve 161 mil visualizações e 3.656 compartilhamentos até o presente momento.

Luciane é bem ativa nas redes sociais e expressa seus argumentos com assiduidade. Na transmissão, a dentista aborda questões como número de leitos disponibilizados para pacientes de coronavírus, frequência nas alterações das medidas dos decretos municipais da região e isolamento domiciliar. “A repercussão foi uma surpresa. Recebo inúmeros convites de amizades nas redes sociais e mensagens com relatos de casos atendidos, posicionamentos como o meu e de pacientes positivados”, conta. “Vejo a pandemia como uma guerra biológica e para tanto o planejamento detalhado é importantíssimo”, argumenta Luciane.

Ela também indica que as prefeituras deveriam disponibilizar um hotel para locar pacientes contaminados para que desta forma, o vírus não seja transmitido a outros membros da família. “O correto seria que o portador da COVID-19 cumprisse a quarentena em local adaptado para isso. Boa parte da nossa população vive apenas com um único banheiro. Como se isolar sem usar o mesmo banheiro que os demais membros da família?” questiona.

Segundo o boletim da Secretaria de Estado da Saúde (SESA) divulgado nesta quinta-feira, 9, os sete 7 municípios do Litoral, que compõe a  primeira região 1ª Regional de Saúde (Paranaguá) somam 1.251 casos confirmados decorrentes de COVID-19. Paranaguá possui (823) pessoas contaminadas. Já Antonina (48), Guaraqueçaba (1), Guaratuba (93), Matinhos (68), Morretes (103), e Pontal do Paraná (115).

Embora muitos comentários na rede social compartilhem da mesma opinião da dentista, outros não são tão favoráveis e observam os questionamentos com cautela. “É exatamente o que penso, “lockdown” somente pontual e com acompanhamento profissional e não essa imposição do medo com fechamento de tudo. Isolamento somente do foco”, interage um internauta. “No início se tivessem levado a sério o isolamento não estaríamos vivendo isso. Me mostre um lugar ou país que estão colocando (isolando) os positivados e se nesse local cada um tem banheiro individual. Entendo sua indignação, mas observo de outra forma”, opina outro usuário.

PREFEITURA

Por meio de nota, a Prefeitura de Paranaguá se manifestou e informou que respeita todas as opiniões, entretanto diz que muitas das questões do vídeo compartilhado são infundadas. A prefeitura também cita que um comitê de combate à pandemia foi criado desde que os casos começaram no país.

“Lamentamos colocações como se a criação de leitos de UTI fosse responsabilidade do município. Não é, porém o município tem mantido contato com outros prefeitos, assim como o Governo do Estado para ampliar este atendimento, pois é responsabilidade do Estado”, declara a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Paranaguá.

A Assessoria acrescenta que leitos de UTIs estão sendo criados e que o Brasil encara o mesmo problema: a falta de profissionais para atuar dentro destes espaços. “É preciso ter muito cuidado com o que se diz em redes sociais porque nem todos têm todo conhecimento que envolve os setores organizados. A preocupação é com vidas e por isso segue as recomendações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde. Ainda leva em conta a realidade do município. A profissional diz que decreto não cura. Mas é importante lembrar que, infelizmente, não há remédio e nem vacinas que curem esse vírus ainda”, salienta.