Videoclipe de Luiza Caspary é premiado no Festival de Cinema de Gramado


Por Redação JB Litoral Publicado 26/08/2019 às 20h25 Atualizado 15/02/2024 às 08h05

Filha do parnanguara de coração Luiz Affonso, a cantora e compositora Luiza Caspary, que tem se destacado no cenário musical brasileiro pela proposta de fazer música acessível a pessoas com deficiência física, como cegas e surdas, foi premiada na noite de quarta-feira (21), no 47º Festival de Cinema de Gramado 2019. O prêmio foi na categoria de melhor videoclipe e musical, com a canção “Bem-Vindo”, em libras.

A música conta com a participação de Jair Oliveira, e faz parte de seu segundo CD, chamado “Mergulho”, previsto para ser lançado ainda este ano com nove canções autorais. Assim como todos os vídeos do álbum, o single conta com videoclipe em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e LSE (Legenda para Surdos e Ensurdecidos em tela cheia, simultaneamente à interpretação musical.

Minha carreira toda é baseada em inclusão social, pensada para que todas as pessoas possam consumir cultura, independentemente de suas condições físicas. Quem imaginaria que uma música pudesse ser feita para o surdo apreciar? Mas ele quer entender o que eu tenho para dizer, é muito lindo. Este prêmio representa muita coisa, porque é um trabalho que desenvolvo por amor, como se fosse uma missão que eu sinto que tenho. É um reconhecimento por este trabalho, no qual eu invisto, pois sou uma artista independente, e vai muito além da música, pois é, também, um trabalho social, de amor, pensando no próximo. Sinto que não sou somente eu quem ganhou este prêmio, mas a acessibilidade no Brasil”, conta a artista pioneira, no país, na produção de música acessível.

Carreira

Com o objetivo de fazer canções a pessoas surdas e ensurdecidas, ao mesmo tempo em que desperta a curiosidade para aprender a Língua Brasileira de Sinais, a cantora lançou seu primeiro videoclipe com propósito inclusivo, em 2011: “O Caminho Certo” foi o primeiro com audiodescrição feito por um artista brasileiro. Por este trabalho e o fato de ter um site acessível, Luiza foi premiada durante as Paraolimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, pela W3C, organização responsável pelas diretrizes de acessibilidade da internet.

Baiana de nascimento, hoje, aos 30 anos, ela mora em São Paulo e comemora 22 anos de carreira. Em 2013, lançou seu primeiro disco, que rodou o Brasil e a Europa com canções em português, inglês e espanhol. Porém, ela se destaca, também, por outros trabalhos. “Dentre as áreas que atuo, faço locução publicitária, canto trilhas para comerciais de TV e filmes, trabalho com dublagem, voz original para desenhos animados e localização de videogames”, conta.

Com mais de sete mil campanhas publicitárias veiculadas com a sua voz, além de ter feito parte do coro infantil da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e de diversos musicais no teatro, Luiza já compôs mais de 100 canções que foram utilizadas em repertórios de outros artistas e como trilha sonora de séries de TV e filmes. Ela também atua como dubladora em animações e com localização de games estrangeiros no Brasil. É a voz de personagens como Ellie, do The Last of Us; Clementine, de The Walking Dead; e Faith, em FarCry 5. 

Veia artística na família

Ela é filha do Engenheiro Agrimensor Luiz Affonso, que mora em Paranaguá há quase 30 anos e já atuou como servidor público na Prefeitura. Apesar de a profissão fazer parte da área das ciências exatas, ele também tem uma veia para as ciências humanas: escreve poesias e pretende publicar um livro com seus mais de cem poemas escritos. “A Luiza nasceu em uma família de artistas, dos dois lados (materno e paterno). Tenho uma prima que é pianista e ela, pelo lado materno, teve o bisavô Aleijo Moreira, uruguaio, que era médico e violinista, e o avô Clodomiro Caspary, também pianista e compositor de música dodecafônica. Já o meu gosto pelas letras e, em especial, pela poesia, iniciou com a morte do meu pai. Fiz um pequeno poema e um primo publicou no jornal Correio do Povo, em Porto Alegre e, a partir daí, iniciei a paixão pela poesia”, relembra o pai orgulhoso.

Mesmo longe, pai e filha mantêm, em comum, o amor pela arte. De um lado em canções, do outro, poesias

Com informações da Assessoria de Comunicação

Luiza homenageia seu pai