Yared destaca discussão sobre causas femininas no Congresso Nacional


Por Cleverson Teixeira Publicado 29/03/2021 às 23h12 Atualizado 15/02/2024 às 21h46
Yared, Deputada, Christiane Yared

No dia 18 de março, a Câmara dos Deputados, em Brasília, colocou em discussão a defesa das causas femininas, assim como o endurecimento das leis para crimes de feminicídio. A pauta faz parte de uma série de ações comemorativas realizadas pelo órgão federal, que começaram no dia 8 e seguem até o dia 29 deste mês. Denominado como “Março Mulher”, o evento é promovido pela Secretaria da Mulher em parceria com outras repartições do Congresso Nacional.

A deputada Christiane Yared (PL) participou, de forma remota, da reunião que envolve crimes praticados contra o sexo feminino, além de outros assuntos voltados à mulher. Conforme ela, a ocasião foi de extrema relevância para o fortalecimento das causas discutidas.

“Foi um momento muito importante, com discussões proveitosas com a participação de toda bancada feminina, todas bastante empenhadas na construção de acordos que levassem ao maior número possível de aprovações de questões importantes que afetam o dia a dia das mulheres, de diferentes formas. Tivemos, desde questões em torno da violência contra a mulher, como o endurecimento das regras contra o feminicídio, até educação, porque é na Educação que devemos pensar para promover as mudanças mais profundas”, disse Yared.

Além da violência contra a mulher, que engloba o estupro, abuso em transporte público e o feminicídio, foram levantados, também, temas ligados à perda do poder familiar e saúde dos bebês. Ainda segundo a deputada, as pessoas devem entender que a mulher não é sinônimo de posse, podendo ser livre para decidir as suas próprias atuações na sociedade.

 “Tratamos da perda do poder familiar de quem praticar contra cônjuge, filho ou outro descendente, os crimes contra a vida ou contra a dignidade sexual. Eles perderiam o direito de guarda dos filhos, pois alguém que comete crimes como esses não pode continuar com poder na família. Também falamos sobre a criação de um comitê para tratar de assédio na Câmara. A ampliação do teste do pezinho, com o aumento do número de doenças rastreadas para 14 grupos de doenças de forma escalonada, também foi assunto nosso. Assim como, a Semana de Combate à Violência contra a Mulher nas escolas públicas e privadas, com a promoção de ações de conscientização. Se percebermos o valor da vida da mulher, se entendermos que mulher não é propriedade de ninguém e que mulher pode e deve fazer o que ela quiser, estar onde ela decidir, com certeza, estaremos construindo um mundo melhor pra todos”, afirma Yared. 

Cotas de Auxílio Emergencial

A deputada Christiane Yared destacou dois benefícios tratados na assembleia. De acordo com ela, um deles foi a votação para garantir outra cota de auxílio emergencial para mulheres que comandam a família. Já a outra vantagem, para a mulher, seria o aumento do regime de exercícios domiciliares para estudantes grávidas, que, segundo a lei, vale a partir do oitavo mês de gestação, em um período de três meses.

“Mesmo antes desta mobilização de março, é importante lembrar que votamos pontos, como a garantia de duas cotas do auxílio emergencial para mulheres que são chefes de família. Afinal, segundo dados do governo federal, 55% das pessoas que receberam o auxílio emergencial em 2020 são mulheres que sentiram o impacto da pandemia de forma ainda mais pesada, com a piora de indicadores que já davam conta da desigualdade, como as diferenças salariais. Outro assunto importante foi a ampliação do período de regime especial de exercício domiciliares da estudante grávida, para evitar a evasão escolar”, completou.

Importância de estar do lado da mulher

Antes de encerrar a entrevista, a deputada reforçou a importância de prestar apoio à mulher. Citando as violências, as quais elas estão expostas, Christiane disse que as causas levantadas em defesa delas abrem oportunidades para um futuro digno. “As violências cometidas contra a mulher podem ser de tipos muito diferentes. Precisamos estar do lado das mulheres, impedir esses assassinatos que infelizmente ainda acontecem diariamente. Precisamos entender, de uma vez por todas, a importância delas na construção de uma sociedade melhor e dar condições e apoio para que possam fazer essa jornada da melhor forma possível.  Quando levantamos questões que afetam o dia a dia da mulher, independente da área que seja, estamos abrindo portas para um futuro melhor, mais igualitário e menos violento”, afirmou.

Segundo a Rede de Observatórios de Segurança, 58% dos feminicídios são cometidos pelos companheiros da vítima. Em 2020, com base em dados de cinco estados, a Rede contabilizou cerca de cinco mortes por dia. Sabendo da tamanha violência praticada contra as mulheres, Yared repudiou esses ataques e mencionou a desigualdade. “É muito difícil ver todas essas notícias sobre assassinatos e desigualdades. As agressões são inadmissíveis, não podemos mais conviver com isso. Vocês mesmo, aí no JB Litoral, recentemente, denunciaram feminicídios, que continuam de forma covarde. Eu fico muito triste, não poderia ser diferente. Tenho uma filha, tenho neta e faço tudo o que está ao meu alcance para deixar para elas e para as mulheres que virão um mundo menos desigual, menos violento e mais amoroso, acolhedor”, pontuou.

Por fim, a parlamentar descreveu que ainda há uma luta muito grande por trás do reconhecimento da figura feminina. “Gostaria muito de poder apenas celebrar as nossas conquistas, que são muitas. Mas, infelizmente, ainda temos muito por fazer. Precisamos lutar, defender e proteger nossas mulheres. E dar apoio para que elas se realizem e sejam felizes do jeito e onde elas quiserem. Estar na política é uma grande responsabilidade. Precisamos incentivar mais mulheres para que encarem este desafio”, finalizou.