Após ameaça de greve, TCP e Sindestiva fecham Acordo Coletivo de Trabalho com reposição de 32%


Por Luiza Rampelotti Publicado 07/08/2024 às 18h17
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O novo ACT representa um avanço significativo após um período de cinco anos sem reposição salarial, desde a última atualização em agosto de 2019. Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Na tarde da última quinta-feira, 1º de agosto, a TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá) e o Sindicato dos Estivadores de Paranaguá e Antonina (Sindestiva) firmaram um novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). O acordo, que traz alívio para aproximadamente 1.400 trabalhadores portuários avulsos (TPAs), concede uma reposição salarial de 32%.

O novo ACT representa um avanço significativo após um período de cinco anos sem reposição salarial, desde a última atualização em agosto de 2019. Durante esse tempo, os estivadores enfrentaram uma perda acumulada de cerca de 33,5% em termos de poder aquisitivo, conforme relatado pelo presidente do Sindestiva, João Fernando da Luz, conhecido como Nando. “Estávamos sem reposição desde agosto de 2019 e sem acordo coletivo desde julho de 2021. Isso trouxe um grande prejuízo financeiro para a categoria e, consequentemente, para a cidade de Paranaguá, onde gastamos o nosso dinheiro”, explicou Nando ao JB Litoral.

Vale destacar que, no final de maio, o Sindestiva havia aprovado um indicativo de greve devido à falta de avanços nas negociações para um novo ACT com a TCP.

Reposição em duas etapas

O acordo atual, que inclui uma reposição de 32% sobre o período inflacionário, é visto como um avanço importante para a categoria. No entanto, Nando ressaltou que, devido aos contratos anuais da empresa, a totalidade do reajuste não será implementada de imediato. “Infelizmente, a empresa alega que não pode nos repassar os 32% completos em agosto, quando assinamos o acordo coletivo, porque trabalha com contratos feitos no ano para o ano seguinte. Portanto, conseguiremos apenas 12% a ser pago a partir de 5 de agosto e 20% a partir de 1º de janeiro de 2025”, disse o presidente do sindicato.

Além da reposição salarial, a TCP propôs aumentar o número de equipes de estivadores, conhecidas no jargão portuário como “ternos”. Atualmente, o Terminal conta com dois ternos, e este número será ampliado para três ainda em 2024, resultando na admissão de 30 novos colaboradores.

O presidente do Sindestiva elogiou o acordo, enfatizando que ele não apenas repõe a inflação do período, mas também traz uma maior segurança jurídica para a categoria. “Considero um excelente acordo que repõe toda a inflação do período e garante a segurança jurídica com relação ao nosso trabalho. A manutenção no nosso mercado de trabalho é crucial. O acordo também inclui cláusulas que assegurarão reposições anuais até janeiro de 2027, com base no INPC, garantindo que a categoria não fique mais sem reposição por períodos tão longos”, concluiu Nando.

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O presidente do Sindestiva, João Fernando da Luz, e o gerente de Recursos Humanos e Qualidade da TCP, Washington Renan Bohnn. Foto: Divulgação/TCP

O gerente de Recursos Humanos e Qualidade da TCP, Washington Renan Bohnn, afirmou que o processo de negociação foi conduzido com transparência e respeito. “A negociação ocorreu de forma transparente, sempre respeitando o cronograma e as reuniões entre a companhia e o sindicato. Celebramos o novo acordo trazendo uma proposta que valoriza o trabalho e dedicação dos estivadores, essenciais para o fortalecimento do Porto, da economia de Paranaguá e do comércio exterior de nosso país”, disse Bohnn.

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