TPAs e portuários realizam paralisação no Porto de Paranaguá


Por Redação Publicado 22/10/2024 às 14h14
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De acordo com os trabalhadores, serão 12 horas de paralisação. (Foto: Maickon Chemure/JB Litoral)

Desde às 7h da manhã desta terça-feira (22), os Trabalhadores Portuários Avulsos (TPAs) e portuários estão em frente ao prédio Dom Pedro II, no Porto de Paranaguá, manifestando contra a revisão da legislação portuária, especialmente contra o fim da exclusividade. De acordo com os trabalhadores, serão 12 horas de paralisação, que está acontecendo nos portos de todo o Brasil.

A possibilidade de revisão da legislação portuária começou em março deste ano, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), criou a Comissão Especial de Portos (CEPORTOS), visando a modernização dos portos brasileiros. Como resultado dos trabalhos da CEPORTOS, foi elaborado um Anteprojeto de Lei que visa nova proposição legislativa para a revisão do arcabouço legal que regula a exploração de portos e instalações portuárias pela União. A proposta será enviada à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (23).

Entre as mudanças previstas no projeto, está o fim da exclusividade de contratação de TPAs entre os inscritos no Órgão de Gestão de Mão de Obra (OGMO). Atualmente, os avulsos detêm o direito exclusivo de trabalho nos portos públicos, o que garante segurança e estabilidade profissional, de acordo com a Lei dos Portos (12.815/2013). No entanto, o Anteprojeto, segundo os trabalhadores e seus representantes, enfraquece esse direito, abrindo espaço para a terceirização e o fim da exclusividade, com consequente precarização das condições de trabalho.

MANIFESTAÇÃO CONTA COM APOIADORES

TADEU VENERI – DEP FEDERAL – FOTO MAICKON CHEMURE (1)
Deputado federal Tadeu Veneri diz que paralisação é necessária. (Foto: Maickon Chemure/JB Litoral)

Além dos trabalhadores, políticos e apoiadores também estão participando da manifestação. O deputado federal Tadeu Veneri (PT) disse ao JB Litoral que a paralisação é absolutamente necessária. “Infelizmente, teve que acontecer essa paralisação para que os trabalhadores possam ser ouvidos. Nós não podemos aceitar que o porto naquilo seja totalmente informatizado sem discutir com ninguém. Precisamos lembrar que aqui têm pessoas que tem 20, 30, 40 anos de Porto. Essas pessoas são o coração do porto e fizeram com que ele seja o que é hoje”, destacou o deputado.

FERNANDO DA LUZ – PRES INTERSINDICAL – MAICKON CHEMURE (2)
“Estamos extremamente descontentes”, diz presidente da Intersindical e da Sindestiva.
(Foto: Maickon Chemure/JB Litoral).

Para o presidente da Intersindical e do Sindicato dos Estivadores de Paranaguá e Pontal do Paraná (Sindestiva), João Fernando da Luz, o movimento mostra a insatisfação dos trabalhadores. “Essa prontidão dos trabalhadores em vir para o movimento significa que estamos extremamente descontentes com esse Anteprojeto que é uma mentira de que iria apenas analisar o arcabouço jurídico dos portos e na realidade está vindo em cheio tirar a exclusividade dos trabalhadores”.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Empregados na Administração e nos Serviços de Capatazia dos Portos, Terminais Privativos e Retro-Portuários no Estado do Paraná (Sintraport), Rodrigo Vanhoni, também estava presente. “De acordo com o projeto de lei, vão tirar a guarda portuária. Além disso, os funcionários da administração não serão mais portuários. Ou seja, quando precisavam de nós, principalmente na pandemia, éramos uma classe essencial, e agora, que já passou, querem jogar a gente na lata de lixo. Funcionários da casa, fiquem atentos, pois vão roubar nossos direitos”.

SILVIO NUNES, ADALBERTO ARAUJO, FABIANA PARRO, EDILSON CAETANO, CHIQUINHO E MARCELO PEKE – FOTO MAICKON CHEMURE (2)
Da esquerda para direita: Silvio Nunes (presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Paranaguá e Litoral); Adalberto Araújo (vereador), Fabiana Parro (vice-prefeita eleita), Edilson Caetano (vereador), Chiquinho e Marcelo Peke (vereadores eleitos).

A vice-prefeita eleita de Paranaguá, Fabiana Parro, representou o prefeito eleito, Adriano Ramos. “O Adriano está viajando e fez questão que eu viesse representá-lo porque ele é filho do estivador e faz questão de estar ao lado do trabalhador portuário. Então, hoje, eu venho em nome do Adriano, e em meu também, para dizer que estamos ao lado do trabalhador portuário. Direitos adquiridos são inegociáveis e que qualquer mudança que possa vir a ter precisa ser conversado, dialogado para que seja bom para o trabalhador também”.

Confira as entrevistas na íntegra:

Leia mais:

*Por Maisy Pires e Luiza Rampelotti

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