Parceria entre prefeitura de Matinhos e UFPR possibilitará testagem em massa para detectar Covid-19


Por Cleverson Teixeira Publicado 29/03/2021 às 23h25 Atualizado 15/02/2024 às 21h44
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A prefeitura de Matinhos, por meio da Secretaria de Saúde do município, firmou parceria com a Universidade Federal do Paraná – UFPR Setor Litoral, para a fabricação de testes que detectam a presença do coronavírus. Antes do estudo, no dia 24 de março, representantes do órgão municipal e da instituição de ensino se reuniram, virtualmente, para discutir os trâmites que possibilitará a testagem da população em maior escala.  

O secretário de Saúde da cidade, Paulo Henrique de Oliveira, relatou que a união entre o município e a universidade se deu por conta do trabalho que a UFPR vinha desempenhado na comunidade acadêmica. “Nós tomamos conhecimento de que havia um projeto experimental para a fabricação de testes contra a Covid-19. Então, formalizamos o contato para que pudéssemos avançar nas tratativas e, assim, viabilizasse a produção em grande escala desses testes, a fim de testar a população em massa”, afirmou.

Além disso, Paulo ressaltou a importância desse trabalho em conjunto. Conforme ele, o grande problema dos testes tradicionais é a questão do tempo da divulgação do resultado, que pode passar de uma semana. Para o secretário, os exames desenvolvidos pela UFPR significam uma grande evolução para o combate ao novo coronavírus.

Prefeitura e UFPR se reuniram no dia 24 de março

“Absolutamente, primordial. O maior problema na fase de testagem, é que quando uma pessoa faz contato com algum positivado, mesmo que ela esteja assintomática, temos de testá-la. Esse resultado pode levar de cinco a dez dias pra ser emitido. Com essa parceria, o tempo pra emissão do resultado é de no máximo 15 minutos, mesmo sendo um teste laboratorial. Isso representa um avanço muito significativo, pois nos dá maior agilidade no diagnóstico, e, consequentemente, no prognóstico”, revelou.

Como funcionará o projeto

De acordo com o secretário de Saúde, o prefeito de Matinhos, José Carlos do Espírito Santo (Pode), o Zé da Ecler, ordenou que o assunto fosse tratado com prioridade. Ainda segundo Paulo Henrique, o projeto está em período de criação e reconhecimento de documentações. Estamos na fase de elaboração e assinatura dos termos de parceria técnica e científica. É uma prioridade. O prefeito determinou que déssemos a maior agilidade possível ao assunto, e assim estamos trabalhando”, pontuou.

Com isso, o profissional de Saúde aproveitou para explicar como funcionará o projeto na prática. “Não se trata de compra. Nós vamos viabilizar a produção dos testes, para testagem em massa da população, e avançaremos nos protocolos sanitários de credenciamento e patenteamento do teste. Não há intenção de lucro, mas sim de acesso à população para testagem com absoluta celeridade na emissão dos resultados. A tecnologia foi desenvolvida pela brilhante equipe da Universidade Federal do Paraná, e o município de Matinhos é parceiro na viabilidade desse processo”, contou.

Vale salientar que as pessoas farão os testes em espaços reservados a atendimentos relacionados à Covid-19. Assim que os trabalhos entre a prefeitura e a universidade saírem do papel, a população será avisada. “As pessoas serão testadas no Centro de Testagem da Secretaria da Saúde de Matinhos, quando se tratar de pacientes assintomáticos, ou que tiveram contato com pessoas positivadas. E no Hospital de Campanha para tratamento da Covid-19, anexo à UPA, nos casos de pessoas com sintomas”, concluiu.

Coleta para testagem

Para a realização do exame, a pessoa precisa fornecer uma baixa quantidade de sangue, ou seja, cinco microlitros. A coleta é feita por meio de uma lanceta semelhante à de um aparelho que mede o nível de glicose dos diabéticos. Essa amostra, colhida pelo laboratório, é incubada com o antígeno viral, que é uma substância que gera anticorpos. Posteriormente, são feitas as lavagens e, em seguida, é usado um revelador, o qual altera a cor do material caso a pessoa seja portadora do vírus. Os custos arcados com o estudo chegam a R$10 por teste, sendo considerado um valor acessível pelos pesquisadores.