Maior produtor de banana do Paraná, Guaratuba produz 82 mil toneladas ao ano
Da produção total de 97.500 toneladas de banana colhida no Paraná, 82.500 toneladas vêm de Guaratuba, cerca de 84% da colheita anual, o que faz do município o maior produtor da fruta no Estado. O cultivo realizado pelo comércio na região rende aproximadamente R$ 60 milhões anuais, segundo números da Secretaria de Demandas Rurais do Município e da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SEAB) do Paraná.
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Dos 132.667 hectares da cidade, a área de cultivo ocupa menos de 2% do território de Guaratuba, representando 2,3 mil hectares dos 132 mil do município, segundo Elaine Corrêa, engenheira agrônoma da Associação Pró-Agricultura Sustentável de Guaratuba (APASG), da qual participam 70 produtores de banana prata e caturra. “Aproximadamente 80% das frutas colhidas vão para atacadistas do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso. Esses são nossos principais consumidores”, explica a engenheira.
De acordo com informações da Secretaria Especial para Demandas da Área Rural de Guaratuba, o restante da produção vai para a Central de Abastecimento do Paraná, a CEASA e aos programas governamentais de alimentação escolar dentro do município, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Como a localidade, onde ocorre a produção, fica em uma Área de Proteção Ambiental (APA), o controle de pragas, o manejo da terra e da produção e a gestão dos eventuais resíduos precisam ter cuidados especiais. De acordo com Elaine, a que exige mais cuidado é a de monitoramento de pragas e doenças, que deve ser cauteloso, já que o uso de químicos precisa ser controlado na região. “A gente tem um corpo técnico que é responsável por fazer, semanalmente, o monitoramento de doenças e emitir os avisos aos produtores, para que todo mundo saiba como é que está a incidência de doenças, a fim de se prepararem para fazer o controle das pragas”, explica.
Alternativas sustentáveis
A APASG afirma que se deve pulverizar somente quando há, de fato, risco de dano à produção. “Graças a esse trabalho que a gente faz, conseguimos uma quantidade de pulverizações bastante baixa, uma das menores do país. Se a gente pegar, por exemplo, São Paulo, um dos maiores produtores de banana do país, lá são realizadas em torno de 12 a 18 aplicações anuais de fungicida para controle da doença. Nós fazemos de seis a oito aplicações anuais”, relata.
Há também o controle biológico de pragas, que utiliza técnicas orgânicas para proteger a produção da banana. “Por exemplo, para o controle do moleque da bananeira, fazemos uso de iscas atrativas com feromônio. Existe também o mix de micro-organismos que são para controle de nematóides (uma espécie de verme) e a cultura de certos fungos para combater ácaros”, informa a engenheira.
Com toda essa produção de banana, é de se imaginar quantos produtos derivados podem sair de quase 100 toneladas da fruta. Porém, de acordo com a engenheira agrônoma, a porcentagem da colheita que vai para derivados da indústria – bala de banana, cachaça, banana passa, etc. – é minúscula. “Coisa assim de 3% da produção total, então o foco mesmo da produção é o comércio da fruta in natura”, completa.
Por Camila Vida