Litoral vacinou 42,5% do público-alvo em campanha da pólio; prazo nacional encerra sexta
Mesmo certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como livre da poliomielite, em 1994, juntamente com outras nações das Américas, o Brasil corre o risco de ter a pólio, ou também conhecida como paralisia infantil, reintroduzida no país. A avaliação foi divulgada em maio deste ano pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo a entidade, os motivos para o alerta são vários, mas o principal é a baixa cobertura vacinal. Apesar da gravidade das sequelas provocadas pela doença, o Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de 95% do público-alvo vacinado, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença. Este ano, a campanha nacional segue até esta sexta-feira (30), mas até esta segunda-feira (26), o Litoral só havia atingido o índice de 42,5% das crianças de 1 a 5 anos incompletos vacinadas.
Guaratuba lidera o ranking
Os números são preocupantes, mesmo com bons índices, Guaratuba é a única cidade que passou dos 80%, mas ainda não atingiu o ideal, com 83,1% da população-alvo vacinada. Já Morretes apresentava, há quatro dias do enceramento da campanha, alarmantes 29% das crianças que deveriam se vacinar, já imunizadas.
De acordo com a Prefeitura de Guaratuba, em 17 de setembro a equipe da Saúde de Guaratuba chegou a fazer uma ação de busca ativa por crianças de 1 até 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) para vacinação. As equipes foram em áreas de maior vulnerabilidade social e dificuldade de acesso, em regiões urbanas e rurais, orientadas por um levantamento prévio da Secretaria Municipal da Saúde, o que elevou em 7% o índice alcançado até a data. O município também estendeu o horário das unidades básicas de saúde para vacinar contra a pólio. A vacina está sendo aplicada em todas as UBS’s (Cohapar, Piçarras, Figueira e Coroados), até às 19h.
Raio-X da vacinação
De acordo com dados apurados pelo JB Litoral na base de dados do Ministério da Saúde, até esta segunda-feira (26), a média do Litoral era quase 18% inferior à média estadual e menos da metade do necessário para que a população seja considerada protegida.
Locais | Público-alvo | Total aplicado até 26.09.2022 | Porcentagem da população-alvo vacinada |
Paraná | 620.050 | 374.996 | 60,4% |
Litoral | 18.302 | 7.793 | 42,5% |
Guaratuba | 2.290 | 1.904 | 83,1% |
Guaraqueçaba | 491 | 323 | 65,7% |
Antonina | 1.057 | 629 | 59,5% |
Paranaguá | 9.901 | 3.497 | 35,3% |
Pontal do Paraná | 1.535 | 517 | 33,6% |
Matinhos | 2.035 | 630 | 30,9% |
Morretes | 993 | 293 | 29% |
A pólio
A geração que hoje tem seus filhos e até netos em idade vacinal ainda lembra das sequelas da pólio. É uma doença infectocontagiosa aguda causada pelo poliovírus selvagem responsável por diversas epidemias no Brasil e no mundo. Ela pode provocar desde sintomas como os de um resfriado comum a problemas graves no sistema nervoso, como paralisia irreversível, principalmente em crianças com menos de 5 anos de idade. Por isso, todas as crianças de 1 a 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) devem tomar uma dose da vacina, a tão popular gotinha, é de graça, não dói e protege.