Litoral vacinou 42,5% do público-alvo em campanha da pólio; prazo nacional encerra sexta


Por Flávia Barros Publicado 26/09/2022 às 19h09 Atualizado 17/02/2024 às 18h08

Mesmo certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como livre da poliomielite, em 1994, juntamente com outras nações das Américas, o Brasil corre o risco de ter a pólio, ou também conhecida como paralisia infantil, reintroduzida no país. A avaliação foi divulgada em maio deste ano pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo a entidade, os motivos para o alerta são vários, mas o principal é a baixa cobertura vacinal. Apesar da gravidade das sequelas provocadas pela doença, o Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de 95% do público-alvo vacinado, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença. Este ano, a campanha nacional segue até esta sexta-feira (30), mas até esta segunda-feira (26), o Litoral só havia atingido o índice de 42,5% das crianças de 1 a 5 anos incompletos vacinadas.

Guaratuba lidera o ranking

Os números são preocupantes, mesmo com bons índices, Guaratuba é a única cidade que passou dos 80%, mas ainda não atingiu o ideal, com 83,1% da população-alvo vacinada. Já Morretes apresentava, há quatro dias do enceramento da campanha, alarmantes 29% das crianças que deveriam se vacinar, já imunizadas.

De acordo com a Prefeitura de Guaratuba, em 17 de setembro a equipe da Saúde de Guaratuba chegou a fazer uma ação de busca ativa por crianças de 1 até 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) para vacinação. As equipes foram em áreas de maior vulnerabilidade social e dificuldade de acesso, em regiões urbanas e rurais, orientadas por um levantamento prévio da Secretaria Municipal da Saúde, o que elevou em 7% o índice alcançado até a data. O município também estendeu o horário das unidades básicas de saúde para vacinar contra a pólio. A vacina está sendo aplicada em todas as UBS’s (Cohapar, Piçarras, Figueira e Coroados), até às 19h.

Raio-X da vacinação

De acordo com dados apurados pelo JB Litoral na base de dados do Ministério da Saúde, até esta segunda-feira (26), a média do Litoral era quase 18% inferior à média estadual e menos da metade do necessário para que a população seja considerada protegida.

LocaisPúblico-alvoTotal aplicado até 26.09.2022Porcentagem da população-alvo vacinada
Paraná620.050374.99660,4%
Litoral18.3027.79342,5%
Guaratuba2.2901.90483,1%
Guaraqueçaba49132365,7%
Antonina1.05762959,5%
Paranaguá9.9013.49735,3%
Pontal do Paraná1.53551733,6%
Matinhos2.03563030,9%
Morretes99329329%

A pólio

A geração que hoje tem seus filhos e até netos em idade vacinal ainda lembra das sequelas da pólio. É uma doença infectocontagiosa aguda causada pelo poliovírus selvagem responsável por diversas epidemias no Brasil e no mundo. Ela pode provocar desde sintomas como os de um resfriado comum a problemas graves no sistema nervoso, como paralisia irreversível, principalmente em crianças com menos de 5 anos de idade. Por isso, todas as crianças de 1 a 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) devem tomar uma dose da vacina, a tão popular gotinha, é de graça, não dói e protege.