Após decisão judicial que obriga Matinhos a prestar atendimento adequado a autistas, Prefeitura anuncia cadastro


Por Flávia Barros Publicado 10/01/2023 às 19h42 Atualizado 18/02/2024 às 02h24

A falta de acesso com regularidade às terapias necessárias para que crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista e, em alguns casos, a dificuldade até de conseguir o acompanhamento adequado na rede municipal de educação, levou um grupo de pais e responsáveis a fazer uma série de mobilizações para reivindicar que o direito dos filhos fosse garantido pela Prefeitura de Matinhos. Em meados de dezembro a Justiça acatou o pedido do Ministério Público e determinou que a cidade atendesse às necessidades das crianças e adolescentes matinhenses com TEA. Para atender à determinação, a gestão anunciou nessa segunda-feira (9) que o município irá estabelecer um Cadastro Único para Pessoas com TEA.

COMO VAI FUNCIONAR

Segundo publicação nas páginas oficiais da administração municipal, os detalhes de como vai funcionar o cadastro foram acertados durante reunião realizada nessa segunda-feira entre a primeira-dama da cidade, Regina Viana, e representantes das secretarias de Saúde, Educação, Assistência Social, Administração e Planejamento, Procuradoria Municipal e do Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar).
De acordo com eles, será feito um levantamento de casos de autismo em que se saberá quais famílias não têm condições de se dirigir até os locais onde será feito o cadastramento. “Essas famílias receberão a visita de uma equipe da Prefeitura para poder se credenciar. Nos próximos dias, será divulgado no portal e nas páginas do Facebook e Instagram como o cadastro será feito“, informou a administração municipal.

GRUPO DE FORA

Grupo de mães e pais de crianças autistas cobraram da prefeitura de Matinhos o acesso às terapias, em protestos realizados no último trimestre de 2022. Foto: Arquivo pessoal

O JB Litoral procurou a representante do grupo de pais que esteve à frente das manifestações, com registros na ouvidoria de Saúde de Matinhos e que também acionou o Ministério Público do Paraná relatando as dificuldades e falta de acesso à saúde e educação adequadas. Segundo Leila Gouvea, mãe de três autistas, o grupo não foi procurado pela Prefeitura de Matinhos. “Eles não falaram nada ainda sobre esse cadastro único para nós, ficamos sabendo que iria ter só pelas redes sociais. Temos esperança de que possa ser o primeiro passo, porém já estou calejada de promessas“, disse Leila.