Aumento de viroses e diarreias desperta atenção da saúde pública em Paranaguá; entenda os motivos e saiba como se proteger


Por Luiza Rampelotti Publicado 05/02/2024 às 08h10 Atualizado 06/02/2024 às 15h26

O verão, época tão esperada por muitos, traz consigo não apenas dias ensolarados e praias lotadas, mas também um aumento nas notificações de casos de viroses e diarreias. Em Paranaguá, no mês de janeiro, as ocorrências aumentaram em relação ao mesmo período do ano passado.

Para entender os motivos por trás desse fenômeno e como a população pode se proteger, o JB Litoral conversou com a enfermeira do setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Andrea Gomes de Moura.

Neste início de janeiro, observamos um número maior de notificações em comparação ao mesmo período do ano passado, mas é importante destacar que isso não necessariamente indica a quantidade real de casos. Muitas vezes, ocorrem subnotificações, já que alguns pacientes não buscam atendimento médico para casos de diarreia“, alerta a enfermeira.

Segundo Andrea, o verão, com seu clima quente, propicia condições ideais para a proliferação de micro-organismos e parasitas que podem causar diarreia. O aumento nas viagens e a maior circulação de pessoas contribuem para a disseminação desses agentes infecciosos.

A enfermeira explica que os germes causadores da diarreia geralmente entram pelo trato digestivo, podendo estar presentes na água ou em alimentos contaminados. “Os patógenos responsáveis pela diarreia, como vírus, bactérias e parasitas, são transmitidos principalmente por via fecal-oral. A ingestão de água e alimentos contaminados, o contato com mãos sujas e a manipulação inadequada de alimentos são formas comuns de contágio. Insetos como moscas, baratas e formigas também podem contaminar refeições“, diz.

Quanto aos agentes causadores das diarreias no verão, ela destaca que os principais são o norovírus, o rotavírus e o adenovírus. No verão, os mais comuns são o norovírus e o rotavírus, especialmente em crianças até dois anos.

Sintomas


Os sintomas mais comuns dessas infecções incluem diarreia, náusea, vômito e dor abdominal. Diante desses sintomas, a busca por atendimento de saúde é fundamental. Andrea ressalta que o médico realiza uma anamnese detalhada, solicita exames laboratoriais quando necessário e avalia o melhor tratamento com base na situação do paciente.

Para prevenir essas infecções durante o verão, a enfermeira oferece algumas orientações importantes. “É fundamental se hidratar, lavar corretamente as mãos, acondicionar os alimentos adequadamente e ter atenção especial à higiene ao manipular refeições. Cuidados extras são necessários com crianças e idosos, evitando exposição excessiva ao calor”, destaca.

Sobre o consumo de alimentos em locais públicos, Andrea alerta sobre a importância de escolher bem o local, além de tomar cuidado com a conservação, a higiene do ambiente e a manipulação correta. “Utilizar luvas não é garantia de higiene; é preferível que o vendedor lave as mãos frequentemente. Na praia, é crucial verificar a sinalização sobre a qualidade da água para evitar banhos em locais impróprios“, acrescenta.

Ela ainda explica que, em possíveis casos de surtos, a Vigilância Epidemiológica atua de forma coordenada com a Vigilância Sanitária. “A equipe vai até o local, coleta materiais para encaminhar ao Laboratório Central do Estado (Lacen) e investiga as causas do surto. Esse trabalho conjunto é fundamental para garantir a saúde da população”, conclui.