Bloco do Boi Barroso de Antonina fará exposição na comemoração de 166 anos da Biblioteca Pública do Paraná
Na próxima terça-feira (28), o Bloco Folclórico do Boi Barroso representará a cidade de Antonina com a exposição “Rogai Por Nós”, às 14h30, na Biblioteca Pública do Paraná (BPP), em Curitiba. A exposição apresentará 21 estandartes, fotos e imagens religiosas que trazem a história e memória de 19 capelas e igrejas católicas do município do Litoral, e estará disponível para o público da BPP até o dia 22 de março.
Criada em 7 de março de 1857, no Lyceu de Coritiba, e tombada como Patrimônio Cultural em 18 de dezembro de 2003, a Biblioteca Pública do Paraná foi construída para formar um acervo de obras que auxiliassem os estudos no Lyceu. Porém, com o passar dos anos, a instituição se transformou num organismo de importância social, que promove o encontro do povo com sua história.
Antes de alcançar prestígio nacional, a BPP passou por uma série de desafios, como a falta de investimento público e a mudança por 12 sedes diferentes, até que em 19 de dezembro de 1954 foi inaugurado o prédio onde se encontra atualmente.
Responsável pelo acervo de cerca de 730 mil livros, periódicos, fotografias, mapas, cartazes e materiais multimídia, a biblioteca é um órgão de regime especial subordinado à Secretaria de Estado da Cultura, ocupa área de 8.528,96 m² e é uma das bibliotecas públicas mais frequentadas do país, com média de 2 mil usuários e cerca de 500 empréstimos de livros por dia.
Bloco do Boi Barroso
Fundado em 1920, em Antonina, por Luiz Pedro Bedenaque, a tradição do Boi Barroso se inspirou nas representações do Boi de Mamão, de Santa Catarina. Após décadas de ausência nas festividades locais, foi resgatada em 2008 pela família Pinto, que até hoje mantém as apresentações do Bloco Folclórico no Carnaval e em eventos regionais.
No Carnaval, todos os participantes recebem fantasias correspondentes às alas que compõem o desfile e os personagens principais são distribuídos na ordem da narrativa, mas a encenação não acontece na rua. O boi principal e o porta-estandarte abrem o bloco, seguidos por bois de menor proporção.
O enredo do espetáculo conta a história de um pai que cortou a língua do boi do seu patrão para saciar o desejo da filha, que está grávida. O ato leva à morte do boi, um animal prometido como dote de casamento da sinhazinha (filha do patrão). Após a descoberta do culpado, os personagens fazem uma série de investidas para ressuscitar o animal, mas as rezas e danças só funcionam com a chegada de diversos personagens do folclore brasileiro. Ao fim da apresentação, o boi ressuscita e os participantes voltam a festejar.
Segundo a fotógrafa e membro da organização, Lizangela Pinto Siqueira, em 2020, durante a última apresentação, o bloco contou com a participação de mais de 700 brincantes, entre moradores e turistas.
Lizangela ainda explica que o Boi Barroso é administrado pela família há 4 gerações e possuía uma sede própria, que funcionava como ponto turístico da cidade, mas que foi fechada por problemas internos.
Para ela, manter a tradição viva é uma forma de unir gerações e preservar a história do município. “É uma tradição que mobiliza as crianças e os adultos, que mantêm vivo o folclore, com música, dança e teatro de rua. O folclore brasileiro é considerado o mais rico do mundo, e é através dele que mantemos o saber popular, as histórias que são passadas de geração para geração e que nos conectam aos nossos antepassados”, conclui.
Para saber mais sobre uma das principais tradições de Antonina, visite a Biblioteca Pública do Paraná. Localizada na rua Cândido Lopes, nº 133, em Curitiba, o edifício abre de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 20h e aos sábados das 8h30 às 13h.