Tribo Mbya-Guarani preserva o modo de vida dos ancestrais na Ilha da Cotinga


Por Redação JB Litoral Publicado 06/04/2018 às 17h26 Atualizado 15/02/2024 às 02h08

A Ilha da Cotinga, que foi onde se instalou o primeiro núcleo de homens brancos, os quais vieram para povoar as terras do Sul, é agora território demarcado como terra indígena, guardando um pedaço da nação tupi-guarani, mais precisamente os Mbya-Guarani. Eles são os guardiões do local, um espaço apropriado para a manutenção de suas raízes e tradições, além de terem bem próximo de si, o necessário para a sobrevivência. Na Ilha da Cotinga eles encontraram o lugar ideal para morar, além de estarem próximos do centro de Paranaguá, onde geralmente adquirem alguns produtos ou vendem sua produção de artesanato.

Ao contrário de muitos dos povos indígenas brasileiros, que vivem dispersos ou próximos a centros urbanos, os 45 índios da Cotinga mantêm os costumes, a língua e, principalmente, a religião. Diariamente, ao final da tarde a comunidade se dirige à casa de reza e, seguindo a tradição, eles cantam em devoção a Deus ou Nhanderú (na língua indígena).

Na cidade, os jovens índios são facilmente reconhecidos pelas suas feições. Foto/JB

O cachimbo faz parte da cerimônia e quando a reza é para curar um doente, principalmente criança, sopra-se a fumaça em direção do enfermo, que ao subir leva o pedido de cura. Eles vivem alheios aos costumes dos brancos e preservam o modo de vida dos ancestrais, ignorando tudo o que possa influenciar na vida da comunidade.

Quando recebem visita dos brancos, fazem uma recepção, apresentando músicas e danças. Se depositarem confiança, convidam para conhecer as ocas (casas), confeccionadas com bambu e barro, cobertas de palha. Não possuem muitos objetos e dormem em redes.

Nas proximidades das ocas eles plantam alguma cultura de subsistência, como o milho e feijão; caçam e pescam, produzem artesanato (confecção de miniatura de animais e cestaria), mas também recebem ajuda do Governo Federal por intermédio da Funai. As crianças frequentam a escola indígena, mantida pelo Governo Estadual. A união (casamento) entre os jovens acontece de forma precoce, porém são fieis ao compromisso.