Criação de Grupamento de Bombeiros Voluntários na Ilha dos Valadares é aprovada no Palácio Carijó


Por Flávia Barros Publicado 07/10/2022 às 15h48 Atualizado 17/02/2024 às 18h52
Projeto que determina a criação do grupamento foi aprovado em regime de urgência especial, na Câmara Municipal. Foto: José Fernando Ogura/AEN

A dificuldade de acesso rápido à Ilha dos Valadares está com os dias contados, uma vez que foi assinado, no sábado (1º), o contrato de reforma e ampliação da única via terrestre que liga o continente à ilha. Pensando nisso, no aumento populacional da região e na necessidade de um atendimento de urgência dentro da comunidade, a Câmara Municipal aprovou, na semana passada, o Projeto de Lei nº 6065/2022. De autoria do vereador Oziel Marques (PTC), o Mael, o texto propõe a criação do Grupamento de Bombeiros Voluntários na Ilha dos Valadares “em razão dos recorrentes incêndios ocorridos na referida região, e pela defasagem do efetivo do Corpo de Bombeiros para atender as ocorrências na Ilha”. Agora, o projeto segue para análise do Poder Executivo.

O texto também recebeu uma emenda na proposta original para obrigar os integrantes do Grupamento de Bombeiros Voluntários a passarem por treinamentos e cursos de capacitação oferecidos pelo órgão responsável (Secretaria Municipal de Segurança), bem como a permanecerem à disposição da Guarda Civil Municipal (GCM) de Paranaguá por período não inferior a seis meses, contados da data de conclusão dos cursos.

PL parnanguara foi inspirado em modelo de Bombeiros Voluntários que funciona em Joinville (SC) Foto: Arquivo Câmara de Paranaguá

Além disso, Mael destacou que a proposta aprovada pela Câmara não excluirá os esforços para que haja a instalação de uma unidade militar do Corpo de Bombeiros na ilha.

COMO FUNCIONARÁ

O JB Litoral conversou com o vereador, o qual explicou que o projeto foi inspirado no Grupamento de Bombeiros Voluntários de Joinville (SC). “Lá existe uma parceria entre a Prefeitura e uma ONG. Não necessariamente aqui teria de ser dessa forma, é um modelo que deu certo lá.  Aqui a Prefeitura pode adotar outra medida, como fazer parcerias com algumas empresas, para questões de uniforme e treinamentos, por exemplo. Em Joinville 90% do grupamento são voluntários e têm que cumprir normas internas, como quantidade mínima de horas ‘doadas’ por mês. Lá, eles angariam recursos por meio de ONGs para manter o grupamento. Queremos conversar com o prefeito para ver qual seria a secretaria que cuidaria de alguns aspectos
”, disse Mael.

O parlamentar também explicou que a estrutura física já existe, o que facilitaria a instalação do grupamento. “Tem um prédio do município que o Corpo de Bombeiros utilizava como base de apoio. Lá também já existe um caminhão especial de combate a incêndio adaptado para atuar na ilha. E esse espaço com equipamento está parado, sem uso”.

CAPACITAÇÃO


Ainda de acordo com o autor do projeto, todos os voluntários teriam que passar por capacitações. “Eu tive algumas conversas com o comandante dos bombeiros militares aqui da região, que me disse que o estado está sem ter como ampliar os quadros agora, por isso nós fomos procurar meios para que a Ilha dos Valadares, que já passa de 30 mil habitantes, e que tem um aumento constante no número de ocorrências, tivesse esse suporte. Para isso, os voluntários terão que passar por capacitação, visto que a Guarda Municipal tem brigadistas de incêndio e também pode requerer. Também já conversei com o comando do Corpo de Bombeiros para verificar essa possibilidade e a Prefeitura também poderia viabilizar por meio de parcerias para dar o curso, o treinamento necessário”, explicou Mael.

EXPECTATIVA


Para o vereador, a expectativa é pela sanção do PL. “Vamos tentar uma agenda com o prefeito ainda esta semana, para explicar bem a proposta, das várias possibilidades de viabilizar o grupamento, sem que implique custos ao município, visto a gravidade e a necessidade da Ilha dos Valadares de ter esse grupamento. O Executivo tem 90 dias pra sancionar a lei”, finalizou.

INSPIRAÇÃO


O Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville (CBVJ) é a mais antiga instituição do gênero no país, fundada em 13 de julho de 1892. Presta serviços gratuitos à comunidade no combate a incêndios; atendimento pré-hospitalar; resgates veicular, em montanha, aquático, vertical e em estruturas colapsadas. É formado por 1.700 pessoas, entre bombeiros mirins, voluntários, efetivos, brigadistas e pessoal de apoio.