Delegada do NUCRIA comenta sobre suposto abuso de menor em Paranaguá
As redes sociais ganharam várias versões de um suposto abuso sofrido por uma criança em Paranaguá. O acusado é uma figura pública da cidade, mas como o caso ocorre em sigilo não é possível identificá-lo. Além disso, a delegacia do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (NUCRIA) afirma que ainda não há constatação de nada, apenas a confecção da notícia crime, o que precisa ser verificado. Em entrevista ao JB Litoral, a delegada Maria Nysa Moreira Nanni, responsável pelo caso, destacou que ninguém foi preso.
“Nós recebemos rotineiramente denúncias deste tipo de crime. Qualquer pessoa pode ser alvo deste tipo de notícia. A diferença neste caso é a pessoa que foi alvo é conhecida publicamente. Não há algo a mais para se notar. Não tem ninguém preso. Nós temos que fazer toda a investigação. A gente recebe a notícia e precisa fazer toda as averiguações, porque é assim que se procede com todos os inquéritos“, explicou a delegada.
Apesar de estar nas redes sociais, a divulgação do registro do boletim de ocorrência não comprova que houve o crime, por isso o JB Litoral preserva o nome dos envolvidos, que juridicamente estão protegidos pelo sigilo que deve ser promovido pela delegacia da Polícia Civil de Paranaguá.
“[divulgar a informação da notícia-crime]Isso é crime, para começo de conversa. Para cada situação que já ocorreu, envolvendo a notícia de assuntos sigilosos a gente já tem uma investigação. É verdade que os casos de quebra de sigilo não são grandes, então a gente sabe que está conseguindo preservar a imagem das pessoas. Mas fazemos uma verificação a cerca de como essa quebra de sigilo ocorreu“, destacou a delegada.
Ela também explica como funciona o procedimento da polícia nestes casos, que envolvem menores de idade. “Primeiro a gente recebe a notícia através dos canais de denúncia ou boletim de ocorrência. É realmente sigiloso, a gente precisa tomar todos os cuidados para proteger os envolvidos, inclusive a pessoa que é noticiada. Não sabemos como isso foi descoberto e divulgado. As vezes a própria pessoa comenta com alguém e isso acaba se tornando de conhecimento público.
Por que o sigilo?
O objetivo do sigilo é estimular as pessoas a fazer as denúncias para que elas não se sintam constrangidas, para que não tenham receio de contar o ocorrido. “Por isso a nossa responsabilidade é sempre essa, manter o sigilo”, atesta a delegada.
O método adotado, mesmo em casos de figuras públicas da cidade, é o mesmo. A delegacia instaura o procedimento de investigação para poder apurar se os fatos são reais ou não, para só então indiciar alguém pelo possível crime cometido.
“A gente tem que fazer a verificação. Esse é um caso como todos os outros, de centenas de milhares de notícias crimes que a gente recebe, não só no NUCRIA, mas na delegacia. Se a pessoa fala que sofreu um furto, a gente vai ter que investigar, se ela fala que foi caluniada, vamos ter que fazer o procedimento para verificar a calúnia“, pontuou Maria.
Por Marinna Protasiewytch com informações de Diogo Monteiro