Enquanto obras da construção da Ponte de Guaratuba avançam, Prefeitura cumpre etapas de estudos para a engorda da praia


Por Flávia Barros Publicado 01/07/2024 às 16h05
Caieiras Guaratuba – Foto- Rafael Pinheiro-JB Litoral (11)
Ressacas são frequentes e causam danos em praias como Caieiras. Foto: Rafael Pinheiro/JB Litoral

A ponte de Guaratuba atingiu a marca de 8,68% de execução na medição mais recente divulgada pelo Governo do Estado, no mês de maio. Os serviços estão concentrados na implantação das estacas da infraestrutura, na margem de Guaratuba. Enquanto isso, monitoramentos da flora são feitos na área de Mata Atlântica, para garantir que a ponte proporcione desenvolvimento socioeconômico aliado à sustentabilidade.

Mas, enquanto a população do Litoral vê sair do papel uma obra aguardada há décadas, a Prefeitura de Guaratuba investe em uma outra frente que tem causado transtornos, prejuízos e preocupações ao longo dos últimos anos: a diminuição da faixa de areia das praias.


Projeto de engorda da praia


Para falar sobre como anda o projeto de engorda da orla na cidade, anunciado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), em janeiro do ano passado, o prefeito de Guaratuba, Roberto Justus (PSD), recebeu o JB Litoral em seu gabinete, na última quarta-feira (26), dois dias após uma reunião que fez parte do andamento do projeto.

Embora o Executivo Estadual tenha anunciado que garante os recursos para a engorda da faixa de areia das praias Central, Caieiras e Prainha, cabe ao Executivo Municipal a etapa que antecede o processo. Para isso, a Prefeitura contratou via licitação, no último mês de janeiro, a Universidade Livre Do Meio Ambiente – Unilivre para elaboração de estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA); estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA) e anteprojeto de engenharia para recomposição da orla de Guaratuba.

A entidade foi contratada para realizar todas as etapas pelo valor de R$ 2.757.328,84, no período estimado de um ano.

Caieiras Guaratuba, orla, caieiras ; Foto- Rafael Pinheiro-JB Litoral (9)
Segundo a prefeitura, todos os anos a Administração Municipal tem despesas para reconstruir o calçadão da orla. Foto: Rafael Pinheiro/JB Litoral

O que já foi feito


De acordo com o prefeito Roberto Justus, a engorda da orla faz parte de um projeto de reposicionamento do Litoral no mapa do turismo. “O governador Ratinho tem dito isso reiteradamente, que se a gente quer fortalecer o turismo do Litoral do Paraná, o governo, o poder público, precisa investir em infraestrutura”, diz.

Já fizemos a ecobatimetria, que é ver exatamente como que funciona o relevo embaixo da água; o levantamento de fauna; um diagnóstico de correntes e de maré. Houve também o levantamento de possíveis jazidas da areia compatível com a areia que a gente precisa para pôr na orla”, detalha Justus.

Passei oito anos na minha gestão gastando dinheiro para recuperar o nosso calçadão


Sobre a importância de revitalizar a orla e realizar a engorda da faixa de areia, a exemplo do que foi feito em Matinhos, Justus explicou que a diminuição da praia traz, além de prejuízo, consequências que interferem até em situações de alagamentos.

Passei oito anos na minha gestão gastando dinheiro para recuperar o nosso calçadão. Então, é quase uma sensação de enxugar gelo. Agora, em julho, agosto, vai ter época de ressaca, o mar vai comer todo o nosso calçadão de novo. Na temporada de verão, não tem as ressacas, mas também não tem areia. Isso prejudica muito a oferta de serviço público de qualidade. Eu estou falando de limpeza, organização, funcionamento dos quiosques, tudo. Impacta muito negativamente o turismo, que é um dos grandes pilares da nossa economia”, avalia.

Prefeito Roberto Justus detalhou o andamento de estudo que irá viabilizar engorda da orla. Foto: Juan Lima/JB Litoral
Prefeito Roberto Justus detalhou o andamento de estudo que irá viabilizar engorda da orla. Foto: Juan Lima/JB Litoral

Sobre o impacto no escoamento da água das chuvas, o prefeito defende que as obras de revitalização da orla também incluirão sistemas de drenagem. “Os canais de drenagem da cidade, que desembocam nas praias, não estão mais chegando no mar, faz aquela lagoa horrível ali na Praia Central, a água volta. E esta obra vem para oferecer aquelas guias de corrente e vão melhorar muito a questão da drenagem, beneficiando até os bairros mais afastados das praias”, completa.


Próximas etapas


Em 13 de junho, a Unilivre apresentou os estudos elaborados nos primeiros meses de trabalho, avançando para a primeira etapa das consultas públicas que serão realizadas.

Na última segunda-feira (24), foi feita a primeira reunião ampliada sobre o Estudo de Impacto Ambiental do projeto para controle de erosão e revitalização da orla. Na ocasião, pescadores e a comunidade de Caieiras foram convidados para o evento, que ocorreu no salão comunitário de Caieiras.

Agora tem essas questões de opinião da população, trazer a participação popular para dentro da elaboração do projeto, para avaliarmos se os pedidos são viáveis tecnicamente e economicamente. Então, a gente vai ouvindo essas pessoas para construir vários modelos e, então, apresentar à população nas audiências públicas”, explica o prefeito ao JB Litoral.


Prazos


Um processo lento e burocrático, mas que precisa ser cumprido, segundo Justus. “Com esses estudos prontos, até o final do ano ou no começo do ano que vem, a Prefeitura dá entrada no pedido de licenciamento ambiental, aguardando aí uns seis meses para sair. Se não houver nenhum tipo de questionamento, se as coisas andarem bem, daí o governador inicia o processo de licitação para a execução do projeto”, finaliza Roberto Justus.  

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