Estação Ferroviária de Paranaguá está aberta para visitação; acervo contém itens da memória ferroviária e locomotiva
Depois de ser reinaugurada e funcionar como ponto de drive-thru da vacina contra a Covid-19 durante o período de pandemia, a Estação Ferroviária de Paranaguá abre as portas para a comunidade relembrar os tempos antigos. Durante mais de dois séculos, era por ela que chegavam os passageiros, que vinham de Curitiba apreciando as paisagens da descida da Serra do Mar, até meados de 2011, quando o trem passou a seguir somente até Morretes.
Neste ano, a atual Estação Ferroviária, assim como a conhecemos, completou seu centenário. Ela foi inaugurada em 1922 a fim de substituir a antiga estação, de 1885. Em suas paredes, escadas e por todos os seus cantos há a memória ferroviária exalando nelas. Não à toa, a estação é um dos principais pontos turísticos de Paranaguá.
Com o objetivo de fomentar a perpetuação da história ferroviária e de fortalecer a construção da identidade do parnanguara, a Estação Ferroviária atende aos visitantes todos os dias da semana. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h.
Quem visitar o espaço poderá conhecer os itens da memória ferroviária, bem como uma locomotiva que já esteve em funcionamento no porto de Paranaguá, a partir da década de 70 até os anos 2000. Tal veículo está sendo recuperado pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) para que os visitantes tenham a melhor experiência possível ao observar a máquina.
“Os itens que nós temos faziam parte do patrimônio da ferrovia. São objetos muito antigos, das décadas de 20, 30, além de medalhas das locomotivas de 1890, 1912 etc.”, explica a secretária municipal de Cultura e Turismo, Maria Plathyn.
Além disso, ela conta que a Estação Ferroviária também está sendo utilizada pelo Coral Municipal para os ensaios e, ainda, que abrigará as oficinas de música, piano, violão e canto, oferecidas gratuitamente à população pelo poder municipal.
O espaço também poderá ser visitado por turmas de escolas, por exemplo, além de grupos de turismo e também para sessões fotográficas. Para isso, basta agendar um horário junto à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECULTUR).
Durante a visita, um monitor conta sobre a história do local, dos itens, da construção da ferrovia e muito mais. Por isso, é impossível sair da Estação Ferroviária sem saber um pouco mais sobre o passado e sobre Paranaguá.
“O espaço, além de trazer toda essa bagagem cultural que existe na memória do trem e da ferrovia, relembra o desafio que foi a construção da estrada de ferro e a imponência dessa construção, que é, até hoje, reconhecida como uma das maiores do mundo e com um fluxo logístico tão intenso que escoa a produção e faz com que o porto de Paranaguá seja um dos maiores graneleiros do mundo”, comenta Maria Plathyn.
Ela também destaca que, com a abertura da Estação Ferroviária à visitação, há o fomento do turismo no município. De acordo com a secretária, existe um público específico que procura o espaço com bastante intensidade – são os amantes da ferrovia.
“Eles têm esse planejamento de visitação que comporta todos os espaços pertencentes à memória ferroviária. Mas, ainda, há o turista de lazer, que procura a estação por ser uma bela paisagem e um patrimônio histórico restaurado, o que hoje, no Brasil, não é uma tarefa fácil”, diz.
Maria garante que aqueles que forem até a Estação Ferroviária sairão de lá com boas fotos, bons momentos e demais novidades. “Algum detalhe específico da estação que faz com que as pessoas retornem e levem daqui memórias muito bonitas”, completa.
Contudo, para além do turismo, a Estação Ferroviária de Paranaguá é uma peça chave para o parnanguara compreender a história do município e, assim, se conectar com ela. “Isso tudo faz parte de uma construção de identidade e pertencimento cultural, fazendo com que a população se apaixone pelo seu território e passe a conservar e cuidar desses espaços com mais apreço. Visitar a estação é estimular a sensação de pertencimento do morador. Por muito tempo, a população esperou esse restauro e, hoje, com o patrimônio revitalizado, a autoestima foi elevada, desta forma, muitos moradores vêm até o local porque amam esse espaço e se identificam com sua história”, conclui a secretária.