Geração Atitude: aluna de Antonina tem projeto escolhido e estado pode criar Dia da Cultura Caiçara
Jovens protagonistas da História disseminando conhecimento sobre os poderes que regem a sociedade. Esse é o perfil dos 32 alunos da rede estadual de ensino que tiveram seus projetos de lei formulados, com a orientação de seus professores, finalistas do Geração Atitude. O programa foi idealizado pela Assembleia Legislativa do Paraná em parceria com Ministério Público, Tribunal de Justiça e Secretaria de Estado da Educação, com o objetivo de apoiar a formação cidadã de estudantes paranaenses da rede estadual de ensino, promovendo a cidadania, a participação política e o protagonismo juvenil.
Foram 207 propostas formuladas por alunos de todo o estado, mas apenas os 32 selecionados viajaram para Curitiba, onde participam da “Caravana da Cidadania”, que vai até esta sexta-feira (11). É uma semana inteira em contato com os deputados estaduais, entendendo as atividades exercidas pelos parlamentares; além de imersão pelos poderes Executivo e Judiciário. Nessa terça-feira (8), foi anunciado o projeto de lei vencedor.
DIA DA CULTURA CAIÇARA
O texto escolhido foi o da única finalista do litoral, Thayssa Dias Cruz, aluna do Colégio Cívico Militar Moysés Lupion, de Antonina. Ela propôs a instituição o Dia da Cultura Caiçara no Estado do Paraná, a ser comemorado no dia 19 de fevereiro. Mas não se trata apenas de um modelo de proposta, e sim de um PL real. O projeto seguirá os trâmites da Alep/PR até ser levado a Plenário para aprovação dos deputados e, posteriormente, à sanção do Governador Carlos Massa Ratinho Junior.
“A ideia é instituir um dia que marca não apenas uma comemoração, mas também a evidência de uma cultura extremamente rica, que ganhou a patrimonialização da sua principal dança, o fandango. Além disso, a data fará com que as futuras gerações conheçam e valorizem os aspectos ligados à sua identidade, criando raízes e perpetuando a importância de ser paranaense e pertencer a esse complexo cultural com riquezas intangíveis”, comemorou Thayssa.
Segundo a professora Adriana do Pilar Rosa Dias, que orientou a criação do projeto e acompanha a aluna na Caravana da Cidadania, a ideia é buscar a representatividade da origem. “Os alunos podem entender quem eles são em sua região. A gente sempre prega nas escolas que o aluno precisa entender geograficamente onde ele vive. Trabalhamos com a Thayssa como ela se vê como Caiçara, como a cultura pode ser vista e comemorada e foi isso que ela expressou em seu projeto”, disse a docente.
O QUE DIZ O PL
O projeto demarca como a região Caiçara, ou seja, os sete municípios da região. Na justificativa, a aluna explica que “entende-se por Caiçaras, as comunidades formadas pela mescla da contribuição étnico-cultural dos indígenas, dos colonizadores portugueses e, em menor grau, dos escravos africanos. Os Caiçaras apresentam uma forma de vida baseada em atividades de agricultura itinerante, da pequena pesca, do extrativismo vegetal e do artesanato”.
Ela explica ainda que o termo Caiçara é originário do tupi-guarani, proveniente da junção de duas palavras – caá, (mato) e içara (armadilha), que indicava todo um sistema de proteção e sobrevivência. Os Caiçaras vivem em um território descontínuo, formado por comunidades espalhadas que começam no litoral do estado do Rio de Janeiro, passam pelo estado de São Paulo até chegar ao litoral do Paraná, e possuem modos de vida semelhantes, que apresentam variações regionais.
MAIS DA CARAVANA
Na quarta-feira (9), os alunos e professores conheceram a sede do Ministério Público e visitaram o Museu Oscar Niemeyer. Nesta quinta-feira (10), a Caravana da Cidadania participa de atividade no Tribunal de Justiça e visitam os principais pontos turísticos de Curitiba.
