Impactos positivos dos cruzeiros: comerciantes de Paranaguá comemoram o aumento nas vendas e planejam expansão
A artesã Sônia Aquino conta que aumentou em 233% suas vendas durante as paradas dos navios.
Na última sexta-feira (23), Paranaguá recebeu a 14ª parada dos navios da MSC Cruzeiros, marcando um momento turístico sem precedentes na cidade. Os navios fazem parte da temporada 2023/24, com escalas semanais no porto de Paranaguá até o dia 8 de março. Com mais de 20 mil pessoas – entre tripulantes e passageiros – desembarcando ao longo das últimas 14 sextas-feiras, a cidade se transformou num destino procurado por turistas em busca de experiências diversas.
Das 9h às 18h, os visitantes têm a oportunidade de explorar o município, as praias, ilhas e cidades históricas, como Morretes e Antonina, além de apreciar a gastronomia típica e as belezas locais. Eles são recepcionados na Praça Mário Roque, onde foi montada uma estrutura para atendê-los e realizar a venda dos passeios. Depois disso, eles retornam ao navio para continuar o roteiro do cruzeiro.
Explorando Paranaguá
Muitos turistas, no entanto, optam por explorar Paranaguá, a “Cidade Mãe do Paraná”, durante a parada. Eles podem participar de um “city tour” para conhecer os pontos turísticos e históricos da cidade ou desbravar por conta própria o Centro Histórico, com o auxílio de uma equipe de guias que recepciona os visitantes.
O aumento no fluxo turístico tem gerado impactos positivos na economia local, proporcionando uma injeção estimada de mais de R$ 1,5 milhão por semana, de acordo com a Prefeitura de Paranaguá. Comerciantes locais, como a artesã Sônia Aquino, comemoram o aumento nas vendas, destacando a diferença significativa em sua renda.
Comerciantes comemoram
Ao JB Litoral, ela revelou que a movimentação tem sido excelente, e que os turistas, normalmente, compram os souvenirs após realizarem passeios pelo Litoral, antes de retornarem ao navio. “Estou presente toda sexta-feira, tanto aqui no receptivo na Praça Mário Roque quanto no Mercado de Artesanato. Com a chegada dos navios, percebemos uma transformação imensa. Antes, tínhamos uma renda modesta, classificada como nota 3 em uma escala de 0 a 10; agora alcançamos a nota máxima”, comemorou. O número representa um aumento de 233% nas vendas.
Ela conta que o crescimento significativo nas vendas ocorre todas as sextas-feiras. “Os turistas aprovam, apreciam nossos produtos e os levam para destinos distantes, como Argentina, Chile, Bolívia, Venezuela e países da Europa”, contou.
Sônia já está empolgada para a próxima temporada de cruzeiros, que começa em dezembro deste ano e segue até março de 2025. A artesã já começou a estudar as melhorias que podem ser realizadas para oferecer seu trabalho com ainda mais qualidade.
“Essa está sendo só a primeira experiência e, por isso, adquirimos aprendizados valiosos. Estamos dedicados a aprimorar nosso atendimento nos próximos anos, e teremos novidades. Eu sou responsável pela ideia, meu marido pela produção, e depois faço as pinturas. Nos completamos e estamos imensamente satisfeitos, pois a presença dos turistas tem sido fundamental para o nosso progresso”, concluiu a artesã Sônia Aquino.
Turistas são só elogios
Turistas, como o representante comercial Robson Gabriel Ribeiro e sua família, vindos de Maringá, apreciaram as atrações oferecidas por Paranaguá. Com elogios às visitas ao Mercado Municipal, Mercado do Peixe e ao Aquário, eles ainda aproveitaram o dia para explorar ainda mais, incluindo uma visita ao Centro Histórico e a possibilidade de conhecer a Ilha do Mel.
“Decidimos explorar um pouco de Paranaguá, uma cidade que ainda não tínhamos visitado, apesar de já conhecermos Guaratuba e Caiobá, e está sendo uma experiência incrível. Ainda planejamos explorar o Centro Histórico e temos o desejo de visitar a Ilha do Mel. Antes da viagem, pesquisamos cuidadosamente os pontos turísticos de Paranaguá, e estamos ansiosos para aproveitar ao máximo tudo o que a cidade tem a oferecer”, disse ao JB Litoral.
Dá para melhorar ainda mais
Contudo, a chegada dos turistas também destaca a necessidade de maior divulgação de atrações menos conhecidas, como os passeios de “bateiras” no manguezal da baía de Paranaguá. O barqueiro Anderson Freitas dos Reis, que realiza a travessia da Ilha dos Valadares para o continente e vice-versa há cinco anos, lamentou que os turistas não tenham conhecimento sobre o serviço.
“Com a chegada dos visitantes, também atendemos aqueles que desejam explorar o manguezal em um passeio de 40 minutos. Muitos deles nunca viram o mangue, incluindo os seres vivos que habitam nele, como as ostras e caranguejos. Eles ficam encantados quando veem”, disse.
No entanto, ele revelou que os “barqueiros pequenos” enfrentam o desafio de necessitar de mais apoio e divulgação para esses passeios. “A maioria dos turistas opta por destinos como a Ilha do Mel e outras ilhas, sem perceber as maravilhas que podem encontrar aqui ao explorar o manguezal”, contou.
Anderson também reconhece a importância da união dos barqueiros para a formalização dos serviços por meio da criação de uma associação. Contudo, ele comenta que muitos deles não enxergam da mesma forma, o que acaba prejudicando os demais.
“Isso nos permitiria realizar uma divulgação mais efetiva do nosso trabalho para os turistas, proporcionando benefícios para todos”, finalizou.