Antonina e Pontal do Paraná são as cidades com maior cobertura vacinal completa do litoral


Por Diogo Monteiro Publicado 06/07/2021 às 10h18 Atualizado 16/02/2024 às 06h54

O principal passo para a inibição e controle da Covid-19 é a imunização completa da população. O que não significa que as pessoas vão deixar de contrair a doença, mas, sim, terão consequências bem menores do que aqueles que pegaram o novo coronavírus e não haviam sido vacinados. Segundo o Ministério da Saúde, o esquema vacinal completo, com duas doses para as vacinas da AstraZeneca, CoronaVac e Pfizer e uma dose para a Janssen, são primordiais para garantir que mais vidas sejam salvas.

No levantamento realizado pelo JB Litoral, foi possível identificar qual é a porcentagem de cobertura real e total de cada cidade do litoral. Com isso, Antonina aparece como sendo o município que mais aplicou o esquema vacinal completo. Segundo o prefeito José Paulo Vieira Azim (PSD), o Zé Paulo, “vacina boa é vacina no braço. Por isso, todas as vacinas que chegam aqui são distribuídas para a comunidade. O fato é que há anos nós fazemos um trabalho de cadastrar e prestar as informações corretas nos sistemas de saúde, por isso temos recebido dentro de um teto máximo o número de vacinas”.

Para o secretário de Saúde, Odileno Garcia Toledo, o trabalho vem de quatro anos atrás. “Ajeitamos todos os cadastros e o resultado das últimas vacinações contra a gripe nos resultou isso, avançarmos na imunização. A vacinação está acelerada e, à medida que recebemos novas doses, avançamos nas faixas etárias. Pretendemos imunizar, aproximadamente, 15.000 habitantes”, revelou Odileno.

Pontal do Paraná está na cola

Cidade é a melhor em cobertura vacinal completa no litoral paranaense

Com 19.531 vacinas recebidas até o dia 2 de julho, o município já havia aplicado 17.782 doses. Por enquanto, a equipe da Secretaria de Saúde tem 1.749 em estoque, que são utilizadas para reserva técnica e também para a aplicação de segundas doses. Para a secretária de Saúde, Carmen Cristina Moura dos Santos, o resultado de 17,53% de imunização completa da população é reflexo da estrutura e organização montada.

“Estamos seguindo o Plano Estadual para a operacionalização da vacinação no município e consideramos adequado o nosso avanço nos grupos prioritários e nas faixas etárias. A estimativa é de que ainda faltem cerca de 8.947 pessoas maiores de 18 anos para vacinar. Entretanto, muitas já se vacinaram nos grupos prioritários”, afirmou, em nota, a Secretaria de Saúde.

Guaraqueçaba a primeira do Brasil

Apesar de enfrentar uma das piores condições para vacinação, quando o quesito é acesso às comunidades, Guaraqueçaba se tornou a primeira cidade do país a vacinar a população com 18 anos ou mais. Esse feito também mostrou que o litoral paranaense, novamente, possui um sistema de recebimento da vacina, na Regional de Saúde em Paranaguá, e, posteriormente, uma destinação, ambas eficazes.

Para o secretário de Saúde do município, Alcendino Ferreira Barbosa (PSDB), conhecido como Thuca da Saúde, três fatores foram primordiais para o resultado. “Boa equipe, engajamento com a população e gestão estratégica, paralelamente a isso temos o quantitativo de doses que vieram à população ribeirinha onde sempre estivemos enquadrados”, revelou Thuca da Saúde.

Lidando com os turistas

Matinhos é uma das cidades que tem sofrido com os problemas causados por veranistas, que possuem residência na cidade, e que tentam aproveitar a faixa etária mais baixa na vacinação da cidade para receber uma dose do imunizante. Por isso, algumas medidas rígidas passaram a ser adotadas, como solicitação de carteira de trabalho, título de eleitor e contrato de aluguel. Em um primeiro momento, a iniciativa gerou confusão, mas depois foi orientada pela Sesa e conseguiu ajustar os parâmetros, evitando turistas e abrangendo a população matinhense.

“A gente está com uma força-tarefa na Arena Vicente Gurski, fazendo todo o trabalho de cadastramento para as pessoas que ainda não têm o domicílio eleitoral em Matinhos, mas podem comprovar residência na cidade, como pessoas que possuem contrato de aluguel de, no mínimo, seis meses ou que tenham filhos matriculados nas escolas e, também, as pessoas que fazem parte de algum programa da assistência social ou que tenham carteira de trabalho que comprove que a pessoa trabalha aqui”, explicou o secretário de Saúde, Paulo Henrique de Oliveira.

Ele ainda disse que “a secretaria vem fazendo todo trabalho necessário e além do necessário para atender toda a população e não deixar ninguém de fora. A expectativa não depende só da gente, mas a quantidade de vacinas que estão vindo para cá, a gente não deixa nenhuma de lado. Às vezes, no frasquinho tem duas vacinas e a gente dá um jeito de chamar alguém e dar essa vacina, para que sejam todas as doses para a imunização de todos os matinhenses”.

Portal da vacina guaratubana

Uma das principais cidades praianas do litoral, Guaratuba também tem feito um grande esforço para realizar a cobertura vacinal da população, porém a prefeitura destaca que o número de doses em pequena quantidade tem sido o principal motivo do avanço lento da vacinação.

“A grande dificuldade no processo de vacinação é, justamente, essa questão da disponibilidade de doses. A gente tem uma estrutura, hoje, no município que é fixa e, pensando em todo esse histórico de vacina que a gente teve esse ano, nós montamos uma estrutura no complexo esportivo, em Piçarras. Criamos também um site de vacinação para melhor organizar. Onde a gente consegue fazer a vacinação das 8h da manhã às 8h da noite”, destacou a Secretaria de Saúde, por meio de nota.

A prefeitura garante ter capacidade de aplicar, no mínimo, duas mil doses semanais, mas afirma que não recebe esse quantitativo.

A Secretaria de Saúde de Morretes e a prefeitura não responderam aos questionamentos do JB Litoral sobre a situação da vacinação, mas os números da cidade compreendem uma cobertura de 15,71% da população com a administração das duas doses do imunizante. Ao todo, a cidade recebeu 9.140 doses.

Por Marinna Protasiewytch e Brayan Valencio