Índio Artesão: a arte que encanta o Litoral e faz com que a família de “gigantes” cresça na região


Por Flávia Barros Publicado 31/05/2024 às 12h53
indio artesão
Índio Artesão faz desde de obras de menor dimensão, como o pirata de 3m, em finalização para um restaurante em Pontal do Paraná, a nave espacial de 18 metros, em Guaratuba. Foto: Rafael Pinheiro/JB Litoral

Começou em Paranaguá, com a inauguração do caranguejo gigante no centro histórico da cidade, em 2017. Na época, Guilherme da Silva Ferreira, 44 anos, mais conhecido como Índio Artesão, tinha deixado o estado natal, Rio Grande do Norte, para fazer algumas esculturas no litoral de Santa Catarina. O “caranguejão” de Paranaguá, com oito metros de pata a pata, foi a porta de entrada para a arte aqui na região.

Após a obra parnanguara, em 2018 Guaratuba ganhou uma concha gigante e uma nave alienígena de 18 metros de diâmetro, que está 80% pronta no topo da serra do Cabaraquara, em um empreendimento privado. Mas é em Pontal do Paraná que as obras do artesão mais marcam presença.

Desde a chegada do caranguejo, em dezembro de 2022, no balneário Shangri-lá, outras quatro obras do Índio Artesão passaram a fazer parte da paisagem da cidade: a tartaruga, em Pontal do Sul; o camarão, em Praia de Leste; o peixe robalo, no Guaraguaçu e o busto de enfermeira, em frente à policlínica do Município.

Mais obras à vista


Com estruturas de sustentação em ferro revestidas de concreto, as obras do artesão natural de Nísia Floresta, cidade da região metropolitana de Natal (RN), com pouco mais de 28 mil habitantes, encantam pelas dimensões e o estilo realista do artista. O caranguejo, com 10 metros de largura e 2,75 de altura; a tartaruga, que é a maior que Índio já fez, com 10 metros; o camarão, que tem 6 metros de altura; o robalo, fisgado em uma vara de pesca com 4 metros de altura; e o busto da enfermeira, que mede 3 metros.

Mas quem pensa que termina por aí, o JB Litoral conversou com o Índio Artesão e já adianta: tem mais obras dele a caminho em Pontal do Paraná. A entrevista aconteceu enquanto o artista trabalhava em uma escultura contratada por um restaurante temático, no balneário de Pontal do Sul, na última quinta-feira (23). O pirata com três metros de altura deve ficar pronto nesta semana.

Para esculturas “menores”, como o pirata, o artista conta que leva, em média, de 15 a 20 dias para concluir. “É um trabalho muito delicado, preciso ter mais paciência para fazer todos os detalhes. Já as obras maiores levam cerca de 45 dias para ficarem prontas, pois fazemos em uma dimensão maior, com muita gente trabalhando, daí a gente monta tudo e ganha tempo”, explica Índio.

Diversidade


Sejam em maior ou menor dimensão, as obras do artista já são cerca de 3 mil espalhadas pelo Brasil e têm características únicas. “Mesmo quando faço réplicas, como é o caso de um farol de 8 metros de altura que fiz em Itapoá, no litoral de Santa Catarina, a 100 metros de distância do farol ‘real’, consegui desenvolver técnicas arquitetônicas e artísticas que chegaram a um nível que me deixam muito feliz e realizado”, relata o artesão, ao JB Litoral.  

É assim, com a aparente facilidade de quem está executando algo simples, que Índio faz esculturas de animais, pessoas, objetos, edificações – de obras pequenas a imensas. No caso do restaurante em Pontal do Sul, a escultura de pirata está quase pronta e anima o proprietário do restaurante Piratas do Sul, Sidney Pedroso.

A gente viu que tudo que o Índio faz é bem feito. Como mudamos há oito meses o nome do restaurante e incrementamos o negócio para se tornar um restaurante temático, com encenações de piratas nos rodízios às sextas-feiras, chamamos o Índio para fazer um ‘piratão’, e está ficando um espetáculo”, aprova Sidney.

O empresário também afirmou que percebe a transformação na cidade. “Acho que a Prefeitura está fazendo um negócio muito bacana aqui. Cada escultura, como a tartaruga que tem aqui perto, toda vez que eu passo ali tem alguém tirando foto. Pessoas vêm de longe para conhecer a tartaruga. Então, isso atrai turismo, nunca vi tanta gente aqui como no verão passado. A coisa está mudando, melhorando e tenho certeza de que a nossa escultura também vem para fazer parte dessa transformação”, finaliza Pedroso.

Corujas e onda gigante


E para ficar com o gostinho de quero mais, Índio Artesão revelou ao JB Litoral o que todo mundo já estava se perguntando: Pontal deve receber mais obras do artista. “Temos o projeto de fazer mais três obras aqui em Pontal. Duas corujas de 6 metros de altura e uma onda gigante, de 10 metros. Depois disso, e de concluir a nave em Guaratuba, devo voltar a ficar mais tempo na minha terra, no Rio Grande do Norte, com a minha família”, revela.

Procurada, a Prefeitura de Pontal do Paraná confirmou que as novas esculturas estão nos projetos da Administração Municipal.

Sinalização também com arte


Além das esculturas, o artesão também está finalizando os totens que identificam os balneários de Pontal do Paraná, com os nomes das localidades, mapa e algo que simboliza cada balneário. “Em cada praia vai ter um totem desse. É um trabalho bem artístico e cada um representa o que tem na região, nos quatro principais balneários, como Shangri-lá, que tem o caranguejo, e Praia de Leste o camarão. Então, cada placa/totem terá o seu símbolo”, detalha Índio, que começou a esculpir em areia da praia ainda criança, de forma autodidata. 


Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *