Jovem tetraplégica que estava desaparecida é encontrada inconsciente em motel; “está sobrevivendo por conta dos aparelhos”


Por Redação Publicado 03/05/2024 às 15h56

Na última quinta-feira (2), uma imagem que mostrava uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) estacionada em frente a um motel em Paranaguá se tornou viral nas redes sociais. Apesar de alguns comentários e boatos em tom de brincadeira, a realidade por trás da ocorrência era séria e preocupante.

A situação aconteceu, na verdade, na quarta-feira, dia 1º de maio, feriado. Por volta das 13h20 policiais solicitaram a intervenção do SAMU após encontrarem uma mulher, que já estava desaparecida, inconsciente em um motel. Ao chegar ao local, a equipe de resgate confirmou a situação e identificou a pessoa em questão como Ana Cristina Florentino Leodoro, de 27 anos, que é tetraplégica.

Motel Pgua
Ana Cristina, de 27 anos, permanece entubada no Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá, aguardando uma vaga na UTI. Ela foi encontrada em um motel de Paranaguá, na última quarta-feira (1º). Foto: Reprodução/Redes Sociais

De acordo com informações fornecidas pelos funcionários do motel ao SAMU, a jovem chegou ao estabelecimento na noite de segunda-feira (29), acompanhada por um homem. No entanto, quando a assistência médica foi prestada, ela estava sozinha. Dada a gravidade da situação, Ana Cristina foi entubada no local e transferida para o Hospital Regional do Litoral em estado crítico.

Está sobrevivendo por conta dos aparelhos

Ana Alice Leodoro, irmã de Ana Cristina, compartilhou com o JB Litoral a atualização sobre o estado de saúde da mulher. Segundo ela, a jovem permanece entubada até esta sexta-feira (3) no Hospital Regional, aguardando uma vaga na UTI. “Os pulmões não estão respondendo, ela está sobrevivendo por conta dos aparelhos. Até ontem (2), não houve nenhuma melhora. Hoje, retornaremos ao hospital para visitá-la“, explicou.

Ana Cristina é mãe de um filho de 10 anos, e se tornou tetraplégica aos 20 anos, após um acidente em uma cachoeira. Sua irmã relata que desde então ela tem enfrentado batalhas emocionais, lutando contra a depressão.

Desaparecimento

A família de Ana Cristina iniciou a busca pela jovem na última segunda-feira (29), quando começaram a compartilhar uma imagem dela nas redes sociais, solicitando informações sobre seu paradeiro. Sua mãe, Susana Florentino, formalizou o desaparecimento através de um Boletim de Ocorrência, indicando que Ana havia saído de casa na companhia de uma amiga para ir ao mercado.

Quando Ana foi localizada no motel, sua mãe foi até o local. De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Militar, a equipe policial confirmou a presença da jovem, deitada na cama, aparentemente sob efeito de drogas, embora acordada e incapaz de fornecer informações sobre como chegou lá.

Suspeita-se que Ana estivesse envolvida com um homem, que retornou ao local pouco depois da chegada da polícia. O B.O. indica que o indivíduo negou o uso de entorpecentes por ambos e afirmou estar cuidando de Ana Cristina.

No entanto, Susana relatou que sua filha, apesar da deficiência, estava envolvida com drogas, além de diversos medicamentos. Ela também mencionou que já estava buscando intervenção médica para a filha devido ao uso problemático de entorpecentes.

Não eram namorados

Ana Alice esclareceu ao JB Litoral que não havia um relacionamento romântico entre sua irmã e o rapaz em questão. “Eles não estavam namorando. Na verdade, eles se conheceram apenas dois dias antes desse incidente. Ele era um completo desconhecido para nós. Minha mãe o afastou de nossa casa assim que percebeu suas intenções. No entanto, como minha irmã podia se locomover com sua cadeira elétrica, acabou indo ao encontro dele, o que resultou em seu desaparecimento“, explicou.

Quanto aos dois dias em que Ana Cristina esteve desaparecida, Ana Alice teme que ela tenha ficado sem acesso a comida, água e aos cuidados de que necessitava. “É possível que tenham usado drogas. No entanto, devido à sua condição de tetraplegia, alguém deve tê-la mantido sob efeito de entorpecentes para conseguir acessar seu cartão bancário“, ponderou.

Diante dos acontecimentos, a família registrou um Boletim de Ocorrência contra o rapaz envolvido. Seu nome não será revelado para não interferir nas investigações em curso.

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